🍎 🍕 Menos maçãs, mais pizza 🤔 Já viu recentemente a carteira de Warren Buffett?Veja mais

Taxas longas sobem com mercado à espera de dados e novidades na área fiscal

Publicado 28.10.2024, 17:03
© Reuters. Moedas de 1 real no Rio de Janeiron15/10/2010 REUTERS/Bruno Domingos
US2YT=X
-
US10YT=X
-
US30YT=X
-
BR10YT=XX
-

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - As taxas dos DIs fecharam a segunda-feira em alta, em especial nos contratos mais longos, com investidores à espera de indicadores importantes no restante da semana e de novidades no campo fiscal brasileiro, enquanto no exterior os rendimentos dos Treasuries registraram ganhos firmes.

No fim da tarde a taxa do DI para janeiro de 2025 -- que reflete as apostas para a Selic no curtíssimo prazo -- estava em 11,25%, ante 11,242% do ajuste anterior. A taxa do contrato para janeiro de 2026 marcava 12,7% ante 12,684%.

Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2030 estava em 12,84%, ante 12,804%, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 12,72%, ante 12,673%.

A sessão desta segunda-feira funcionou como uma espécie de intervalo antes da bateria de dados e de eventos a serem observados pelo mercado no Brasil e no exterior no restante desta semana e na semana que vem.

De sexta-feira vinha a boa notícia de que Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) definiu que a bandeira tarifária do setor de energia em novembro será amarela -- e não mais vermelha patamar 2, como em outubro. Com isso, a cobrança adicional nas contas de energia passa dos atuais 7,877 reais a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos para 1,885 real, o que tende a retirar parte da pressão sobre a inflação.

A agência havia acionado em outubro a bandeira tarifária vermelha patamar 2, que trazia a mais alta cobrança adicional, em meio a uma queda no nível dos reservatórios de hidrelétricas durante o período seco à época. A bandeira amarela para novembro foi informada pouco antes do fechamento dos mercados na sexta e ainda reverberou nesta sessão.

“Com a bandeira amarela para novembro, pode dar uma aliviada em 15... 20 pontos-base no IPCA”, estimou durante a manhã o economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala, em comentário enviado a clientes. “Mas a chance de estourar o teto da meta este ano é muito grande.”

O relatório Focus divulgado pela manhã pelo Banco Central corroborou esta percepção, ao mostrar que a inflação projetada pelo mercado para 2024 passou de 4,50% para 4,55% -- acima do teto da meta. Para 2025, variou de 3,99% para 4,00%.

A meta contínua de inflação perseguida pelo BC é de 3%, com margem de 1,5 ponto percentual (teto de 4,50%).

Pela manhã, as taxas dos DIs chegaram a oscilar em baixa, ensaiando uma correção após as elevações mais recentes, mas o movimento não se sustentou. A taxa do DI para janeiro de 2023, por exemplo, marcou a mínima de 12,71% às 9h51 (baixa de 9 pontos-base ante o ajuste de sexta-feira), mas depois ganhou força, alinhando-se mais diretamente ao avanço dos yields dos Treasuries.

Nos EUA, investidores aguardavam pela divulgação do relatório Jolts de empregos na terça-feira, do PIB no terceiro trimestre na quarta, do índice de inflação PCE e dos pedidos de auxílio-desemprego na quinta e do relatório de empregos payroll na sexta. Na próxima semana, ocorrem a eleição presidencial no dia 5 de novembro e a decisão de juros do Federal Reserve no dia 7.

A expectativa antes dos dados e as apostas de que o republicano Donald Trump derrotará a democrata Kamala Harris na eleição deram suporte aos yields, o que também empurrou as taxas dos DIs durante a tarde.

Além disso, o mercado no Brasil se mantinha à espera de novidades concretas na área fiscal. Passado o segundo turno das eleições municipais, a expectativa agora é pelo anúncio pelo governo Lula de medidas para contenção de gastos.

Sem novidades, havia pouco espaço para as taxas se sustentarem em baixa nesta segunda-feira. Em reunião com investidores organizada pelo Deutsche Bank, em Londres, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, deixou claro o quanto as medidas fiscais serão importantes.

"Tem que ser algo que produza uma mudança nas expectativas que seja grande o suficiente para reverter o prêmio de risco, a expectativa de inflação e a curva longa de juros, e isso alimentaria a função de reação (do BC) de maneira positiva", disse.

© Reuters. Moedas de 1 real no Rio de Janeiro
15/10/2010 REUTERS/Bruno Domingos

Neste cenário de expectativas -- mas sem ações concretas -- as apostas para o encontro da semana que vem do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC pouco variaram ao longo do dia. O Copom decidirá o novo patamar da Selic, hoje em 10,75% ao ano, em 6 de novembro -- um dia depois da eleição norte-americana e um dia antes da decisão do Fed sobre juros.

Perto do fechamento a curva a termo precificava 92% de probabilidade de alta de 50 pontos-base da taxa Selic na semana que vem, contra 8% de chance de elevação de 75 pontos-base. Na sexta-feira os percentuais eram os mesmos.

Às 16h40, o rendimento do Treasury de dois anos--que reflete apostas para os rumos das taxas de juros de curto prazo-- tinha alta de 4 pontos-base, a 4,136%. Já o retorno do título de dez anos --referência global para decisões de investimento-- subia 4 pontos-base, a 4,272%.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.