Taxas dos DIs sobem em dia de leilão de prefixados do Tesouro

Publicado 23.01.2025, 16:44
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Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - As taxas dos DIs fecharam a quinta-feira em alta firme, refletindo operações ligadas ao leilão de prefixados realizado pelo Tesouro pela manhã e o avanço dos rendimentos dos Treasuries no exterior, onde investidores seguem à espera da nova política de tarifas comerciais dos Estados Unidos sob o presidente Donald Trump.

No fim da tarde, a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para julho de 2025 -- um dos mais líquidos no curtíssimo prazo -- estava em 14,095%, ante o ajuste de 14,035% da sessão anterior. Já a taxa do contrato para janeiro de 2026 marcava 15,045%, com alta de 14 pontos-base ante o ajuste de 14,909%.

Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 15,16%, em alta de 22 pontos-base ante 14,941% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 15,09%, ante 14,854%.

Assim como na véspera, os rendimentos dos Treasuries avançaram nesta quinta-feira em meio à incerteza sobre as tarifas de importação a serem adotadas pelos Estados Unidos. Embora Trump tenha ameaçado com mais tarifas as economias do México, do Canadá, da China e da União Europeia, medidas concretas ainda não foram anunciadas.

No Brasil, após o recuo firme visto na véspera, as taxas dos DIs avançaram nesta quinta-feira acompanhando, em parte, a alta dos Treasuries. Profissionais ouvidos pela Reuters atribuíram a alta das taxas dos DIs principalmente ao leilão semanal de títulos prefixados do Tesouro.

O órgão vendeu pela manhã toda a oferta de Letras do Tesouro Nacional (LTNs) e de Notas do Tesouro Nacional – Série F (NTN-Fs) -- ambos os títulos prefixados, com taxas que variaram de 14,5579% a 15,2899%.

Em paralelo, agentes que compraram títulos do leilão foram ao mercado de DIs para fazer o hedge (proteção) da operação, impulsionando a curva.

“Quando você compra o papel, você fica vendido em taxa. Então você precisa comprar taxa no DI, para travar”, comentou o economista-chefe do banco BMG (BVMF:BMGB4), Flavio Serrano.

De acordo com o economista-chefe da Western Asset, Adauto Lima, foi justamente o leilão de títulos do Tesouro que “pressionou um pouco a curva” nesta quinta-feira, mais do que o cenário externo.

Pouco depois do leilão de prefixados, às 11h40, a taxa do DI para janeiro de 2031 atingiu 15,13% -- a máxima do dia até aquele momento --, em alta de 19 pontos-base ante o ajuste da véspera.

No início da tarde, comentários de Trump em evento do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, contribuíram para suavizar as taxas no mercado norte-americano de títulos e fizeram o dólar perder força ante outras divisas, o que também trouxe algum alívio para alguns vértices da curva no Brasil.

Trump afirmou que as empresas globais devem fabricar produtos nos EUA, caso queiram evitar tarifas, mas não anunciou medidas concretas ou fez novas ameaças específicas. Na prática, o discurso manteve a avaliação de que, por enquanto, nada muda em matéria de tarifas.

Na reta final da sessão, as taxas voltaram a acelerar no Brasil e renovaram máximas em alguns vértices.

Na ponta curta da curva, porém, as apostas para o próximo encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, na semana que vem, foram mantidas.

Perto do fechamento, a curva a termo precificava 90% de probabilidade de elevação de 100 pontos-base da Selic, contra 10% de chance de aumento de 125 pontos-base. Na véspera os percentuais eram os mesmos. Atualmente a Selic está em 12,25% ao ano.

Às 16h37, o rendimento do Treasury de dez anos -- referência global para decisões de investimento -- subia 4 pontos-base, a 4,642%.

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