BUENOS AIRES (Reuters) - O risco-país da Argentina caiu para abaixo de 1.000 pontos nesta sexta-feira, devido a sinais de uma recuperação econômica que remove pressões sobre os próximos vencimentos da dívida e a indicações que dão esperança de recuperação do país.
A queda do benchmark de mercado calculado pelo banco JP.Morgan refletiu-se em uma maior firmeza dos ativos locais, em um momento de tranquilidade da taxa de câmbio, disseram operadores.
Em meio a uma perspectiva financeira mais clara no curto prazo, o risco-país da Argentina, conforme compilado pelo JP.Morgan, caía 39 unidades, para 997 pontos-base, o menor nível desde que sua composição foi alterada há quatro anos, após uma reestruturação da dívida soberana.
Participantes do mercado disseram que o risco não estava em um nível semelhante desde setembro de 2019, embora com uma composição diferente de títulos.
Neste contexto, o principal índice de ações de Buenos Aires, o S&P Merval, subia 1,4%, devido a uma melhora nos ADRs locais em Nova York, depois de estabelecer um pico intradiário histórico de 1.880.118,37 pontos. A dívida de balcão ganhava 0,7% em média, novamente apoiada por emissões "Globais".
"Diversos fatores podem ter atuado como catalisadores para a decolagem dos ativos argentinos", disse a Portfolio Personal Inversiones, observando que "entre eles, destacamos o progresso em uma 'recompra' com algumas instituições financeiras e o financiamento de agências multilaterais, o que garantiria os pagamentos da dívida soberana do próximo ano".
No mercado de câmbio, o peso interbancário continuava a operar sob a regulação do banco central (BCRA) a 986 por dólar, enquanto nos segmentos alternativos permanecia estável, no contexto de maior liquidez que apresenta o mercado.
O peso era negociado a 1.175,6 unidades no chamado spot com liquidação "CCL", a 1.155,6 no chamado dólar "MEP" e a 1.215 unidades no mercado paralelo referencial, ou "blue".
(Por Walter Bianchi e Hernán Nessi)