Investing.com – Após notícias na mídia de que a Petrobras (BVMF:PETR4) avalia parcerias para voltar a produzir etanol, com preferência pelo de milho, não de cana-de-açúcar, o banco BTG (BVMF:BPAC11) entende que uma ação do tipo representa uma ameaça de longo prazo para o segmento.
Em relatório divulgado a clientes e ao mercado nesta segunda, 06 de janeiro, o banco lembra que a petroleira analisa alguns dos players do setor para eventual parceria, incluindo São Martinho (BVMF:SMTO3) e outras companhias, como subsidiárias de energia de empresas como Raízen (BVMF:RAIZ4) e BP Bunge (NYSE:BG), apesar de resistência interna.
De acordo com os analistas Thiago Duarte e Guilherme Guttilla, a São Martinho seria a principal candidata para parceria, o que impulsionou as ações na última sexta. “A SMTO entrou recentemente no mercado de etanol de milho através de um projeto greenfield, que agora responde por aproximadamente 200 milhões de litros de produção anual - cerca de 20% de sua produção total de etanol”.
Mas, segundo os analistas, o plano de negócios da petroleira cita volumes de aproximadamente 2 bilhões de litros, o que tornaria a São Martinho menos provável, indicando maiores possibilidades para Inpasa e a FS Bioenergia, que são citadas como maiores players privados de etanol de milho. Assim, apesar de um valuation considerado atrativo, o banco não indica comprar a ação da São Martinho com essa perspectiva.
Preocupações dos analistas
O banco BTG se diz preocupado em relação à “disciplina de capital e à dinâmica do setor se a Petrobras se juntar a um setor que não precisa de capital adicional nem de mais apoio do governo”.
O equilíbrio do setor pode ser afetado, representando mais uma ameaça no longo prazo do que uma oportunidade, na opinião do BTG, pois a entrada da Petrobras neste segmento pode resultar em excesso de capacidade no futuro.