Investing.com – Com o anúncio de que o governo pretende isentar de pagamento de imposto de renda pessoas que ganham até R$5 mil, bancos voltados a clientes de renda mais baixa podem se beneficiar no curto prazo, mas o longo prazo seria mais incerto. Essa é a percepção do Itaú BBA, que elencou como os bancos com maior exposição aos segmentos que se beneficiam desta medida Nubank (BVMF:ROXO34), Banco Pan (BVMF:BPAN4) e Bradesco (BVMF:BBDC4).
As faixas de menor renda teriam maior exposição a produtos como cartões de crédito, folha de pagamento e habitação, concentrando a maior inadimplência.
“Portanto, a medida deve ter um impacto positivo na dinâmica de crédito desse grupo, se tudo o mais permanecer igual. Esse grupo demográfico tem uma tendência maior de gastar em comparação à poupança, então é provável que vejamos mais gastos com cartão do que depósitos e/ou volumes de crédito”, argumenta o Itaú BBA.
No entanto, os analistas Pedro Leduc, Mateus Raffaelli e William Barranjard ponderam que apesar de possíveis benefícios com os valores adicionais dos clientes, como existe um risco inflacionário para a medida, poderia haver uma desvantagem no futuro.
“Muitos dos clientes da Nu e da Pan são trabalhadores informais ou microempreendedores, que não se beneficiarão da isenção fiscal, mas sentiriam o impacto da inflação”, destacaram, por outro lado.
Além disso, com a perspectiva de que os impostos sejam elevados para quem ganha acima de R$50 mil por mês, a elevação da taxação para clientes de alta renda pode prejudicar bancos tradicionais e plataformas de investimentos.
“A medida afeta mais profissionais que recebem dividendos isentos de impostos de suas empresas”, ressaltam.
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