Investing.com-- Os fundos de mercados emergentes (ME) registraram saídas significativas na semana passada, dando continuidade a um dezembro difícil para esses investimentos, de acordo com o relatório semanal do J.P. Morgan.
Os fundos de títulos registraram saídas de US$ 1,5 bilhão, enquanto os fundos de ações sofreram uma retirada ainda maior, de US$ 4,6 bilhões, de acordo com o último relatório semanal do J.P. Morgan sobre Fluxos de EM.
As saídas de títulos foram lideradas por fundos de moeda forte, que registraram saídas de US$ 1 bilhão, um aumento em relação aos US$ 508 milhões da semana anterior. Os fundos em moeda local registraram uma queda menor, de US$ 480 milhões, um pouco abaixo dos US$ 496 milhões registrados na semana anterior.
No lado das ações, o aumento acentuado das saídas veio principalmente dos fundos negociados em bolsa (ETFs), que registraram uma saída líquida de US$ 3,1 bilhões, em comparação com US$ 262 milhões na semana anterior. Os fundos de ações que não são ETFs tiveram saídas reduzidas de US$ 1,5 bilhão.
No acumulado do ano, o total de saídas de fundos de títulos de EM é de US$ 28,2 bilhões, enquanto os fundos de ações de ME perderam US$ 30,3 bilhões. O ano tem sido marcado pela volatilidade, pois os investidores equilibram o sentimento de risco com os desafios macroeconômicos globais, como o aumento das taxas de juros e a incerteza geopolítica.
Apesar da tendência geral fraca, alguns pontos positivos foram observados. Os fluxos de portfólio estrangeiro para títulos locais de ME foram positivos, liderados pela Indonésia, que atraiu US$ 584 milhões em entradas líquidas. Entretanto, os investimentos estrangeiros em ações foram menos promissores, com a Coreia registrando as maiores saídas, com US$ 847 milhões.
Os dados refletem a crescente cautela entre os investidores globais, com o sentimento fortemente influenciado pelas preocupações com a inflação, a flutuação dos preços das commodities e as preocupações com a desaceleração do crescimento global. O relatório ressalta como os ativos de ME permanecem vulneráveis a choques externos, mesmo com alguns mercados demonstrando resistência.