Por Ana Carolina Siedschlag
Investing.com - Investir diretamente no mercado americano está mais acessível e barato e ajuda a diversificar a carteira de investimentos dos brasileiros contra a volatilidade local, defenderam Andrey Nousi, Willian Castro Alves e Thiago Lobão, especialistas do segmento, nesta quarta-feira (25), em evento da MoneyWeek.
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A melhor regulação do mercado e o maior acesso a ferramentas digitais levaram a um aumento exponencial do interesse dos investidores brasileiros por ativos do mercado americano, disse Alves, estrategista-chefe da Avenue Securities.
“Apesar desse tipo de operação existir desde os anos 1970, ainda havia um certo estigma, um medo em investir no exterior. Isso está mudando e as pessoas estão vendo que são operações seguras e legais”, disse.
Para Thiago Lobão, fundador e CEO da Catarinal Capital, o atual patamar dos mercados financeiros dá abertura a novos ativos, que antes eram inacessíveis a investidores de menor porte no Brasil. “Ativos tecnológicos, e não só das empresas maiores, estão disponíveis. Estamos desmistificando o assunto e o investidor pode alocar em ações não tão conhecidas, como Nvidia (SA:NVDC34) (NASDAQ:NVDA) ou PayPal (SA:PYPL34) (NASDAQ:PYPL).”
Já Andrey Nousi, investidor profissional e ex-vice-presidente do JPMorgan na Suíça, defende que o investimento no mercado americano cresceu como uma maneira de proteção das carteiras. Ele defende que faz sentido investir no exterior mesmo com o real desvalorizado em relação ao dólar porque é uma maneira de se proteger das instabilidades brasileiras.
“Morando dentro do Brasil, ter uma exposição a ativos brasileiros faz sentido porque a sua vida está dentro do país e você vai conhecer o mercado de perto. Mas ter ativos no exterior é uma maneira de se proteger e reduzir o efeito da volatilidade do mercado”.
Oportunidades no exterior
Nousi aponta que, apesar de ver fluxo positivo para os emergentes com a vitória do democrata Joe Biden na eleição presidencial americana, a economia brasileira ainda tem pontos que, no longo prazo, apresentam maior risco para o país.
“Com inflação brasileira ainda maior que a americana, juros muito baixos, risco Brasil ainda alto, o investidor pode traçar uma estratégia muito simples de aportes periódicos [no mercado americano] para reter essa volatilidade”, diz. “A estratégia é não tentar adivinhar o dia de manhã, mas estar preparado”.
Já Alves levantou que o mercado americano dá acesso ao mercado global, seja para empresas europeias, asiáticas ou do Oriente Médio listadas por lá ou até mesmo algumas brasileiras. “Dá para ser sócio da Alibaba (NYSE:BABA) (NYSE:BABA), Sony (SA:SNEC34), do Barclays (NYSE:BCS), do Manchester United (NYSE:MANU), para quem gosta de futebol, da Ferrari (NYSE:RACE). Através do mercado americano você se expõe a ativos globais”.
Segundo os especialistas, a internacionalização dos ativos também significa ter a referência do mercado no exterior como comparação com o local. “Conhecer um mercado mais maduro, falando por exemplo do setor de tecnologia, é uma referência importante que pode reverberar em exemplos positivos para cá”, defendeu Lobão.
Ele apontou ainda que ter conhecimento dos ativos e das empresas é fundamental não somente para pulverização das carteiras, mas também para efeitos de comparação de como companhias de setores similares atuam em cada país.
O MoneyWeek, evento promovido pela EQI Investimentos em parceria com o BTG Pactual (SA:BPAC11) e a Transformação Digital, acontece até o dia 27 de novembro.
Confira abaixo os próximos eventos do Money Week pelo Investing.com:
26 de novembro: Beabá da educação financeira: organização, aporte e controle
27 de novembro: Cases de sucesso: aprenda com quem construiu patrimônio no mercado financeiro