Ibovespa tem segundo pregão de alta com apoio de Petrobras e bancos

Publicado 07.01.2025, 18:09
Atualizado 07.01.2025, 18:45
© Reuters. Painela da B3n05/08/2024nREUTERS/Carla Carniel
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SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa encerrou em terreno positivo nesta terça-feira, apoiado no bom desempenho das ações da Petrobras e do setor bancário, com destaque para o BTG Pactual (BVMF:BPAC11), que anunciou acordo para comprar a unidade brasileira do banco suíço Julius Baer.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,95%, a 121.162,66 pontos, tendo marcado 121.713,23 pontos na máxima e 120.022,23 pontos na mínima da sessão. O volume financeiro somou 21,06 bilhões de reais.

"Será que a recuperação está a caminho depois de ontem?", questionaram analistas do Itaú BBA em relatório nesta terça-feira, após o índice fechar com alta superior a 1% na primeira segunda-feira do ano.

Os dois últimos pregões ajudaram a trazer o Ibovespa de volta aos 121 mil pontos, depois que incertezas fiscais e preocupações com a inflação e um dólar fortalecido ante o real pressionaram o índice, principalmente no final de 2024.

Mas os analistas destacaram que o momento ainda exige certa cautela, apesar do leve vislumbre de uma mudança de direção.

"Importante o investidor entender que após um período longo de queda, sempre abre uma janela de oportunidade. Porém, o momento segue de cautela e de reduzir a volatilidade da carteira", acrescentaram Fábio Perina, Lucas Piza e Igor Caixeta, do Itaú BBA, em análise técnica Diário do Grafista.

O desempenho do Ibovespa no dia contrastou com os índices acionários nos Estados Unidos, que recuaram após dados mostrarem que a economia norte-americana permaneceu forte no final de 2024, alimentando incertezas sobre o ritmo de flexibilização monetária que o Federal Reserve pode adotar este ano.

"O mercado começa a ficar na dúvida se vai existir uma vontade (por parte do Fed) de abaixar os juros", afirmou Daniel Faria, sócio da Corano Capital.

Na cena doméstica, o governo federal encerrou 2024 com um déficit primário de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo informado nesta terça-feira pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista à GloboNews.

Caso o dado seja confirmado, o governo terá cumprido a meta fiscal de 2024, que prevê déficit zero, com tolerância de 0,25 ponto percentual do PIB para mais ou para menos. O dado oficial do resultado primário do ano ainda não foi divulgado.

Haddad também reconheceu falhas na comunicação do governo, citando como exemplo o anúncio da isenção de Imposto de Renda para quem ganha até 5 mil reais em conjunto com as medidas de ajustes nas despesas públicas, algo que estressou o mercado. Ele disse que o Executivo está buscando uma coesão de discurso.

DESTAQUES

- BTG PACTUAL UNIT subiu 1,78%, arrefecendo a alta, que chegou a 4% no melhor momento, após fechar acordo para comprar a unidade de gestão de patrimônio doméstico do banco suíço Julius Baer no Brasil por 615 milhões de reais. O negócio -- que tem escritórios em São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro -- tinha 61 bilhões de reais em ativos sob gestão em 30 de novembro. Analistas do Citi disseram que a aquisição é positiva para o BTG do ponto de vista estratégico, enquanto o Goldman Sachs (NYSE:GS) destacou que o negócio de gestão de fortunas fornece "uma importante fonte de receitas recorrentes" para o banco brasileiro.

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) avançou 2,13%, acompanhando a alta do petróleo no exterior, onde o barril de Brent fechou com valorização de 0,98%, a 77,05 dólares. O diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da empresa, Maurício Tolmasquim, disse na segunda-feira que a Petrobras planeja entrar no segmento de produção de biometano, após a estatal lançar a primeira chamada pública para contratar o insumo.

- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) fechou com acréscimo de 1,09%, em mais uma sessão positiva para papéis bancários, enquanto BANCO DO BRASIL ON (BVMF:BBAS3) subiu 1,21%, SANTANDER BRASIL ON avançou 1,54% e BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) ganhou 1,40%.

- ULTRAPAR ON (BVMF:UGPA3) subiu 3,66%, após o JPMorgan (NYSE:JPM) elevar a recomendação do papel para "overweight", mencionando um valuation atrativo de 4,9 vezes o valor da empresa pelo Ebitda (EV/Ebitda) esperado para 2025. A ação caiu mais de 30% em 2024. "Na nossa visão, esse movimento foi exagerado e vemos a Ultrapar como uma oportunidade de investimento atraente", disseram os analistas do JPM em relatório nesta terça-feira.

- VALE ON (BVMF:VALE3) perdeu 0,97%, diante do recuo nos preços futuros do minério de ferro, que foram pressionados pelo aumento dos estoques do ingrediente de fabricação de aço e pela decepção com a falta de mais estímulos monetários na China. Pela manhã, a mineradora anunciou que assinou um memorando de entendimentos com a sueca GreenIron para explorar projetos de descarbonização da cadeia de suprimentos de mineração e metais no Brasil e na Suécia.

- SABESP ON (BVMF:SBSP3) ganhou 1,33%, a 89,24 reais, ampliando a alta da sessão anterior. Analistas do BofA (NYSE:BAC) têm preço-alvo de 116 reais para a ação (versus 115 reais antes) e os do UBS BB fixaram o preço-alvo em 118 reais (de 121 reais anteriormente), conforme relatórios dos bancos divulgados na véspera.

- HAPVIDA ON (BVMF:HAPV3) disparou 9,17%, liderando os ganhos percentuais do Ibovespa, seguida por AUTOMOB ON, uma fusão da Vamos Concessionárias com a Automob, que subiu 6,06%. O papel da Hapvida acumulou queda de quase 50% em 2024, enquanto a Automob, nova empresa do grupo Simpar (BVMF:SIMH3), fez sua estreia na bolsa em dezembro.

- AZUL PN (BVMF:AZUL4) caiu 2,33%, em movimento de ajuste após fechar com alta superior a 14% na sessão anterior, diante de renegociação de débitos com a União. No setor, GOL (BVMF:GOLL4) PN, que não pertence ao Ibovespa, recuou 1,27%, também depois de um salto de mais de 13% na segunda-feira.

© Reuters. Painela da B3
05/08/2024
REUTERS/Carla Carniel

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(Reportagem de Patricia Vilas Boas)

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