Por Ana Carolina Siedschlag
Investing.com - Os últimos dez anos foram um período de consolidação das boas práticas de Governança Ambiental, Social e Corporativa - ESG, na sigla em inglês - para as empresas e seguem a tendência de se tornar parâmetros fundamentais para todas as alternativas de investimentos, disseram nesta sexta-feira (5) especialistas em gestão de ativos durante a Expert ESG, evento promovido pela XP Investimentos.
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Para Cindy Shimoide, diretora de estratégias multimercado para América Latina da BlackRock (NYSE:BLK)(SA:BLAK34), considerar as práticas ESG de uma empresa é um caminho de certo modo óbvio para os gestores de portfólio por englobar a análise do que representa uma empresa sustentável.
Ela explica que o movimento global mirando ativos bem posicionados neste tema tem transformado a maneira como a sigla é vista pelas empresas, que buscam estar bem colocadas para atrair mais consumidores e investimentos.
“Vai chegar um dia em que não vamos mais falar de investimentos ESG porque todas as alternativas serão sustentáveis, ou vão considerar aspectos disso”, diz.
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Já Fabio Alperowitch, co-Fundador e gestor de portfólio da FAMA Investimentos, completa que, apesar do termo ESG existir há quinze anos, foi o processo acelerado dos últimos anos que obrigou o mercado a prestar atenção nessas iniciativas e, às empresas e aos investimentos, a mudarem a visão que tinham com esse tipo de preocupação.
“Está ficando claro que ESG não é filantropia, é investimento. Focar em empresas com boa governança e boas práticas é um caminho para garantir que a administração está fazendo um bom trabalho e que dará retornos”, diz.
Como os fundos olham para o ESG?
Hilde Jenssen, diretora de ativos fundamentais da finlandesa Nordea, explica que mesmo nos países nórdicos, pioneiros nas boas práticas, o conceito só começou a se difundir para toda a cadeia de investimentos há pouco tempo.
Até então, ela diz, a sigla acabava restringindo uma classe de ativos considerados como “verdes” ou “sustentáveis”, o que agora tem se expandido.
“A motivação dos investidores mudou, não é só mais para nichos específicos. É um assunto que envolve a todos”, diz.
Segundo ela, essa expansão do termo para outras classes de interesse se deve, primeiramente, por mudanças regulatórias que passaram a obrigar que empresas cumpram determinadas regras, que acabam indo de encontro com boas práticas de ESG.
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Também, aponta, empresas que seguem esse termo costumam ter maiores garantias de geração de lucro e são sinais de boa administração de risco por parte do comando.
Já Florian Bartunek, sócio fundador e CIO da Constellation Investimentos, aponta que o ESG pode ser um bom critério para investidores iniciantes que não sabem quais métricas acompanhar na hora de investir.
“O ESG engloba praticamente tudo o que é relevante, principalmente do ponto de vista do investidor em termos de viabilidade do negócio”, diz.
Segundo ele, é uma ótima porta de entrada para o investidor pessoa física que está tentando se educar sobre o mercado.