Por Ana Beatriz Bartolo
Investing.com - O ano de 2020 representou um crescimento expressivo no número de pessoas que começaram a investir, especialmente entre os jovens, que estão iniciando as suas vidas financeiras. A B3 (SA:B3SA3), por exemplo, passou de 1,6 milhão de contas cadastradas de pessoas físicas em novembro de 2019 para 3,17 milhões no mesmo mês do ano passado. Já neste primeiro semestre de 2021, a marca chegou a 4 milhões em outubro.
Segundo pesquisa realizada pela NZN Intelligence, 30% dos entrevistados que começaram a investir em 2020 apontaram que o consumo de conteúdos sobre educação financeira e investimentos foi o principal motivador para entrar no mundo dos investimentos. Isso porque esses canais simplificam e mostram caminhos para quem quer iniciar uma carteira, mesmo com pouco dinheiro.
Para quem está começando ou é mais jovem, ativos de menor valor costumam chamar mais a atenção. De acordo com a plataforma Stake, 32% dos seus usuários possuem entre 18 e 25 anos e 54% dos investidores têm um aporte inicial de US$ 100, aumentando progressivamente com o passar do tempo.
Para aqueles que ainda não se sentem confortáveis em se aventurar sozinhos nas análises de ações, os ETFs (sigla em inglês para Exchange Traded Funds) são uma boa opção para aqueles que buscam renda fixa ou variável, com opções a partir de R$ 10. Um exemplo interessante dessa modalidade de ativos é o ETF USTK11 da Investo, que replica o ETF VGT, que acompanha mais de 350 empresas americanas do setor de Tecnologia e tem um retorno anual em dólar de mais de 20% ao ano nos últimos 15 anos.
Da mesma forma, ativos de maior risco, como criptomoedas, estão entrando cada vez mais no radar de investidores com um perfil mais arrojado e que buscam por lucros mais elevados. Dados da Escola de Economia de São Paulo (FGV EESP), em parceria com a gestora de fundos de criptoativos Hashdex, apontam que os criptos já são o terceiro investimento preferido dos brasileiros, com 27,78% de investidores com alguma posição nesses ativos.
Carteira por R$ 10
Felipe Vella, analista CNPI-T, responsável pela Sala Ao Vivo da Ativa Investimentos e especialista em futuros e análise volumétrica, explica que para quem está começando e tem pouco dinheiro, o interessante é buscar diversificar os ativos, para evitar “um risco direcional” e por isso, os ETFs são boas opções. Para ele, é interessante que esse pequeno investidor tenha o seu portfólio distribuído em diferentes segmentos, para evitar ser severamente impactado em uma eventual queda do mercado.
O analista montou uma carteira com ativos em torno de R$ 10 para quem está começando a investir em renda variável com pouco dinheiro. Confira as recomendações.
O XFIX11 é um ETF que replica o índice IFIX, que reúne por volta de 100 fundos imobiliários. Para Vella, um fundo imobiliário é um primeiro passo para quem está entrando na renda variável. “Tomando uma posição em um ETF que replica o índice de fundo imobiliário como um todo, você mitiga o seu risco”, explica o analista.
Vella comenta que o BOVA11 é o ETF mais conhecido que replica o Ibovespa, mas que ele tem um custo mais alto e por isso, pode repelir quem tem um capital menor. “O BOVX11 é literalmente o mesmo produto, mas por um valor próximo aos R$ 10”, afirma Vella.
Assim como no caso do BOVAX11, o SPXB11 é o ETF menos conhecido que replica o S&P 500 e também possui um preço mais acessível. “Com ele, você consegue diversificar o seu capital, dolarizando a sua carteira com as 500 ações do índice”, explica o analista.
Este ETF replica o índice iShares MSCI China (NASDAQ:MCHI), composto por 700 empresas chinesas de grande e médio porte.
- MGLU3F
“Por muito tempo o mercado procurou qual seria a próxima Magazine Luiza (SA:MGLU3), mas a verdade é que próxima ação do tipo será a própria Magalu”, explica Vella que destaca que o mercado fracionário tem muito mais liquidez que no passado, o que o torna uma opção atrativa para o investidor iniciante. Além disso, a Magazine Luiza é uma das principais ações da bolsa e, com esse ativo, o investidor menor também tem acesso à empresa.
- Bônus: QBTC11
O QBTC11 é um ETF composto 100% de bitcoin, que tem uma boa valorização no mercado de criptomoedas. Para o analista, esse ativo traz mais diversificação de uma forma segura, já que é uma compra feita pela B3.