Por Ana Carolina Siedschlag
Investing.com - O investidor brasileiro está chegando às redes sociais e aos sites especializados em educação financeira mais bem informado do que nos últimos anos e com dúvidas mais sofisticadas em relação à tributação e disciplina das finanças, disseram Mirna Borges, Alice Porto e Hulisses Dias, educadores e influenciadores do segmento, em evento da MoneyWeek desta quinta-feira (26).
CONFIRA: As próximas transmissões do Money Week. Inscreva-se pelo Investing.com Brasil
Segundo Mirna Borges, dona do canal EconoMirna, o conteúdo gratuito oferecido nas redes têm ajudado a desmistificar o mercado financeiro mesmo para quem nunca pensou em estudar sobre investimentos. “Meu público é investidor iniciante, pessoas endividadas e desorganizadas financeiramente, mas que conseguem se libertar com o conhecimento na área”.
Para Alice Porto, sócio-fundadora da Contadora da Bolsa, os educadores financeiros estão cumprindo o papel de instruir sobre finanças e evitar que os investidores iniciantes saiam da bolsa ou de outros ativos frustrados por não terem entendido as regras iniciais. “As pessoas estão chegando um pouco menos angustiadas. Já entendem que a parte obrigatória de cálculo, tributação tem que fazer parte da vida deles”, diz.
Responsabilidade no mercado
Ela aponta que um dos mitos que têm sido erradicado pela educação financeira é o do pagamento do Documento de Arrecadação de Receitas Federais, a DARF, que informa sobre a tributação em cima do rendimento ou ganho de alguns ativos. Segundo Porto, é um bom sinal quando o investidor precisa pagá-lo porque significa que o retorno foi positivo. “Só paga DARF quem tem lucro, e lucro acumulado. É bom as pessoas conhecerem sobre as tributações para não acharem que a bolsa é cassino”.
LEIA MAIS: Fundos têm captação líquida de R$ 8,7 bilhões até 20 de novembro, diz ANBIMA
Na mesma linha, Hulisses Dias, investidor profissional e dono do canal Tio Huli, também defende que a educação financeira deve ser responsável e não focar em retornos “milagrosos”, que quase nunca são realidade. “Transparência e segurança nas informações é fundamental. Você não pode sair falando compra isso, compra aquilo porque isso ameaça a integridade do mercado”.
Ele afirmou que falar sobre investimentos deve ser um hábito nos lares brasileiros e que a grande maioria das pessoas chega com o objetivo de ter mais conforto no dia a dia, e não de “comprar uma Ferrari”. “Pessoal quer ganhar mais dinheiro para viajar com a família, ficar com as pessoas que amam, e não gastar tanto tempo com o trabalho. Por isso, é preciso trazer o assunto para a mesa do jantar, para acostumar a conversa sobre isso”.