Por Sam Boughedda
Marko Kolanovic, do JPMorgan (NYSE:JPM), enviou uma nota aos clientes do banco, na segunda-feira, 20, alertando que está aumentando a possibilidade de um “momento Minsky” nos mercados e na geopolítica.
“O resgate de vários bancos dos EUA não conseguiu acalmar os mercados, especialmente após o envolvimento de outro grande banco da Europa”, ressaltou. "Em um momento de Trichet, o BCE aumentou as taxas em 50 pb."
Kolanovic reconheceu que o Fed tem pela frente uma tarefa difícil na quarta-feira, 22, mas provavelmente já passou de um ponto em que não há mais retorno, e o pouso suave agora parece improvável, diante da turbulência causada pela falta de confiança do mercado e da iminente parada dos motores (crédito bancário).
Kolanovic acredita que, mesmo que os banqueiros centrais consigam conter o contágio, tudo leva a crer que as condições do crédito ficarão ainda mais restritivas, por conta da pressão tanto dos mercados quanto dos órgãos reguladores.
Ele também apontou que estão começando a aparecer “rachaduras” nos fundamentos do mercado de crédito dos EUA e que os spreads (diferenciais entre as taxas de captação e concessão) devem continuar se ampliando, a menos que vejamos uma significativa intervenção na política monetária.
"O modelo histórico de comportamento do câmbio durante o aumento dos spreads de crédito aponta para o fortalecimento do USD, bem como para a maior força relativa de moedas seguras (USD, CHF, JPY) vs. as de beta elevado", acrescentou. "Vemos pouca mudança nos fundamentos do petróleo e mantemos nossas previsões de preço inalteradas por enquanto, diante do maior estresse financeiro e da incerteza macro, que aumentaram a demanda por ativos de segurança, como ouro e prata.”