Por Ana Carolina Siedschlag
Investing.com - Os fundos de investimento têm conquistado espaço relevante na carteira de quem deu os primeiros passos há pouco tempo no mercado. Isso porque eles oferecem, geralmente, bons retornos e segurança na hora de investir, além de terceirizar a gestão do portfólio nas mãos de profissionais habilitados para isso.
No entanto, é a sopa de letrinhas, que vem junto da maioria dos nomes e servem para categorizar cada tipo de fundo, que acaba afastando alguns investidores mais iniciantes por conta da dificuldade de compreensão da estratégia de cada um.
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Foi pensando nisso que algumas das maiores gestoras e corretoras do Brasil começaram a apostar em uma solução simples, mas eficaz, para facilitar o entendimento dos clientes e democratizar ainda mais esse acesso: os fundos de investimentos temáticos, cujo portfólio é centrado em uma categoria específica de ativos que, na maioria das vezes, já fica clara no próprio nome.
É o caso do Trend eSports, da XP Investimentos, lançado no início de abril com foco em empresas internacionais da indústria de videogames. O fundo visa replicar o ETF HERO), que investe nas principais companhias do setor e de campeonatos online. Nos últimos 12 meses, o ETF rendeu 96%.
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Fabiano Cinta, especialista de fundos da XP, aponta, em conversa com o Investing.com, que tem crescido a procura por fundos “single themes”, já que, além da identificação imediata com o portfólio, “eles dão a oportunidade ao investidor de ter exposição a tendências globais”.
Exemplo disso são fundos, dentre os 22,8 mil registrados no Brasil, com foco em lideranças femininas, criptomoedas, ESG, metais, ações no exterior e várias outras temáticas específicas, que facilitam a vida do investidor na hora de escolher e ainda o colocam posicionados nos principais temas mundiais.
Conheça outros fundos temáticos para você saber no que está investindo:
XP Trend Bolsa Chinesa
O mercado internacional é uma terra fértil para fundos temáticos, aponta Cinta, e um dos portfólios adotados pela XP é o Trend Bolsa Chinesa, fundo destinado a investidores em geral, com aplicação mínima de R$ 100.
O fundo oferece exposição ao mercado de ações da China, seguindo o índice MSCI China, e dá acesso a uma das maiores e mais importantes economias globais. Tem exposição ao iShares MSCI China ETF (NASDAQ:MCHI) a partir de operações com derivativos e não tem exposição cambial ao dólar.
Warren Green e Warren Equals
Já para quem quer investir em ESG, a sigla que marcou presença no mercado nos últimos anos, a Warren Asset Management, da corretora Warren, tem dois fundos que falam essa língua.
O primeiro, o Warren Green, reúne empresas nacionais e internacionais, reconhecidas por boas práticas sociais, ambientais e de governança. O fundo é dividido em 70% em ações brasileiras, como Natura (SA:NTCO3), Lojas Renner (SA:LREN3) e Lojas Americanas (SA:LAME4), 20% em ações e ETFs do exterior, como Beyond Meat (NASDAQ:BYND), e 10% em BDRs, como o da Tesla (SA:TSLA34).
Já o Warren Equals foca mais nas letras “S” e “G” da sigla - social e governança. Reúne empresas com políticas de equidade de gênero, além das que tenham mulheres em cargos de liderança.
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Esse portfólio contempla 80% de empresas brasileiras e 20% de empresas estrangeiras, incluindo Ambev (SA:ABEV3), Adobe (SA:ADBE34), Eletrobras (SA:ELET3), GM (SA:GMCO34), Magazine Luiza (SA:MGLU3), Natura, Nvidia (SA:NVDC34), Novartis (SA:N1VS34) e Yum China (NYSE:YUMC).
Ambos os fundos estão disponíveis somente para clientes da Warren e têm taxa de corretagem e taxa de administração únicas, que variam entre 0,5% e 0,7%.
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Vitreo CriptoMetals Blend e Vitreo Bitcoin DeFi
E para quem tem interesse em investir em criptomoedas, mas não sabe por onde começar, a Vitreo tem quatro opções de fundos de investimento na área, um deles lançado nesta última semana para qualquer investidor.
O fundo de investimento Bitcoin DeFi é formado 20% por fundos DeFi, ou finanças descentralizadas, um dos segmentos que mais cresce entre os criptoativos, de ativos que não dependem de intermediários financeiros centrais. Os outros 80% são investimentos em Bitcoin através dos ETFs recentemente listados na B3 (SA:B3SA3), como o Hashdex Nasdaq Crypto Index Fundo de Índice, ou HASH11.
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O outro fundo aberto a qualquer investidor é o CriptoMetals Blend, com 20% no fundo CriptoMoedas, também da Vitreo, mais 70% em ouro, 9% em prata e 1% em urânio.
O aporte mínimo em ambos os fundos é de R$ 1.000, com taxa de administração de R$ 0,34% e 0,42%, respectivamente.
Já os fundos CriptoMoedas e Cripto DeFi são voltados para investidores qualificados, ou com mais de R$ 1 milhão investidos. Ambos têm uma taxa de administração de 1,5%, com investimentos iniciais de R$ 1.000 e R$ 5.000, respectivamente.
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Órama Ouro
E falando em metais, há fundos de investimento dedicados somente a uma ou mais commodities metálicas. É o caso do Órama Ouro, da Órama Gestão de Recursos, que acompanha a variação do preço do ouro na B3, que, por sua vez, acompanha o preço dolarizado no mercado internacional.
Shanoa Pereira, head comercial da Órama Gestão de Recursos, aponta que a principal recomendação do investimento é para investidores que tenham carteiras bastante amplas, com renda variável, ou com fortunas e estejam buscando diversificação e proteção para o patrimônio em momentos de crise.
“O ouro é um ativo que funciona como hedge, ou seja, proteção. Quando o nível de incerteza sobre as economias ao redor do globo é muito alto, os ativos financeiros tendem a se desvalorizar como um todo, pois a aversão pelo risco aumenta e os investidores têm preferência por ativos reais, como o ouro”, aponta.
A taxa de administração do Órama Ouro é de 0,6%, sem aplicação mínima.