(Reuters) - O governo brasileiro afirmou em comunicado na noite da véspera que apela que partes envolvidas em embate entre Israel e Irã "exerçam máxima contenção" e "conclama" a comunidade internacional a mobilizar esforços no sentido de evitar uma escalada.
A nota foi publicada após os relatos do envio de drones e mísseis do Irã em direção a Israel no sábado.
"Desde o início do conflito em curso na Faixa de Gaza, o governo brasileiro vem alertando sobre o potencial destrutivo do alastramento das hostilidades à Cisjordânia e para outros países, como Líbano, Síria, Iêmen e, agora, o Irã", afirmou o governo no comunicado.
A ameaça de uma guerra aberta que irrompe entre os arqui-inimigos do Oriente Médio e que arrasta os Estados Unidos colocou a região em estado de alerta, desencadeando apelos por moderação por parte das potências globais e das nações árabes para evitar uma nova escalada.
O governo brasileiro disse que em vista dos últimos acontecimentos no Oriente Médio, o Ministério das Relações Exteriores orienta os brasileiros que evitem viagens não essenciais à região, em particular a Israel, Palestina, Líbano, Síria, Jordânia, Iraque e Irã.
Além disso, o Brasil afirmou que os nacionais que já estejam naqueles países sigam as orientações divulgadas nos sítios eletrônicos e mídias sociais das embaixadas brasileiras.
"O Itamaraty vem monitorando a situação dos brasileiros na região, em particular em Israel, Palestina e Líbano desde outubro passado", adicionou a nota.
O Irã lançou o ataque devido a um suposto ataque israelense ao seu consulado na Síria, em 1º de abril, que matou os principais comandantes da Guarda Revolucionária e ocorreu após meses de confrontos entre Israel e os aliados regionais do Irã, desencadeados pela guerra em Gaza.
No entanto, o ataque de mais de 300 mísseis e drones, principalmente lançados a partir do interior do Irã, causou apenas danos modestos em Israel, uma vez que a maioria foi abatida com a ajuda dos EUA, Reino Unido e Jordânia.
Uma base da Força Aérea no sul de Israel foi atingida, mas continuou a operar normalmente e uma criança de 7 anos ficou gravemente ferida por estilhaços. Não houve outros relatos de danos graves.
(Por Marta Nogueira, no Rio de Janeiro)