Investing.com – Analistas do JP Morgan possuem uma visão positiva para as ações da Vale (NYSE:VALE) e enxergam a ação disparando 71%, com preço-alvo de US$15, de acordo com relatório divulgado a clientes e ao mercado nesta sexta-feira, 17 de janeiro. Para as ações ordinárias (BVMF:VALE3), o alvo é de R$87.
A recomendação overweight, equivalente à compra, é motivada pelo posicionamento da mineradora em relação ao câmbio, geração de fluxo de caixa sólido e valuation atrativo. Além disso, o banco afirma que a empresa teria virado a página em pendências como o acordo relacionado ao desastre em Mariana (MG), que veio mais ou menos em linha com o que o JPM esperava.
“A Vale também renegociou a renovação de suas concessões ferroviárias e viu uma mudança ordenada na liderança acontecer também. E, por fim, ontem a Cosan (BVMF:CSAN3) decidiu vender as ações da Vale, limpando o último grande excesso que ofuscava as ações da Vale”, apontou o banco no documento.
As ações da Vale recuaram mais frente a outros players do setor, tendo em vista que a empresa possui maior exposição ao minério de ferro. Com o setor imobiliário chinês perdendo fôlego, além da necessidade de pagamentos após o acordo da Samarco, que vai demandar US$ 2,0 bilhões em 2025, as ações foram penalizadas.
“Acreditamos que esta grande desconexão constitui uma oportunidade para os investidores”, apontam os analistas Rodolfo Angele e Tathiane Martins Candini.
Dólar mais forte é benefício
No documento, o JP Morgan destaca que a mineradora é beneficiada com um dólar mais apreciado frente ao real, com faturamento totalmente em moeda forte, mas 80% dos seus custos C1 dolarizados.
“Isto significa que um real mais fraco leva a uma maior rentabilidade para a empresa”. O banco projeta que a cada dez centavos de desvalorização do real, o Ebitda da empresa é elevado em US$150 milhões.
China e minério
O JP Morgan projeta que o preço do minério de ferro deve ficar em torno de US$99/tonelada em 2025. Uma melhora no sentimento em relação à economia chinesa, com novas medidas de estímulo, também pode ser um gatilho positivo para as ações.
“Além disso, sazonalmente, o primeiro e o segundo trimestres do ano são positivos para os preços do minério de ferro. Esses primeiros trimestres tendem a ser impactados pelo período de chuvas, traduzindo-se em em menor oferta”, concluem os analistas.
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