Investing.com – Mais tarifas aos mercados externos, acirramento das tensões comerciais com a China e políticas anti-imigração estão no radar dos investidores com a posse do presidente eleito nos Estados Unidos Donald Trump. Mas como isso afeta as ações brasileiras? Quem ganha e quem perde?
Um dólar mais forte e menos cortes nos juros podem influenciar os mercados acionários de países emergentes, incluindo o Brasil. A equipe do Investing.com Brasil questionou especialistas que ressaltaram possíveis ações favorecidas e pressionadas em meio a medidas sugeridas pelo republicano, que realizou seu discurso de posse nesta segunda.
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Ações beneficiadas
A expectativa é de valorização dos mercados, mas tendências inflacionárias, que podem deixar os juros mais altos por mais tempo e minimizar os cortes pelo Federal Reserve, a autoridade monetária americana.
“Diante desse cenário, o mercado já passa a projetar juros mais elevados nos Estados Unidos, o que vai deixar o dólar mais forte frente a outras moedas globais. Esse cenário irá beneficiar empresas exportadoras, como as empresas brasileiras de commodities”, argumenta Marcos Moreira, sócio da WMS Capital.
Além de exportadoras de commodities como Petrobras (BVMF:PETR4), SLC Agrícola (BVMF:SLCE3) e Suzano (BVMF:SUZB3), com receitas majoritariamente em dólar, João Piccioni, CIO da Empiricus Gestão, cita como beneficiadas companhias de tecnologia e serviços globais como Weg (BVMF:WEGE3) e Embraer (BVMF:EMBR3).
“A indústria do agronegócio tenderia a se beneficiar pelo deslocamento de demanda e preços mais altos no mercado brasileiro”, detalha Piccioni.
Flávio Conde, analista da Levante Investimentos, elenca duas ações como principais vencedoras em meio a um provável aumento das taxas de importação: JBS (BVMF:JBSS3) e Gerdau (BVMF:GGBR4).
“A Gerdau deve ser a mais favorecida, porque tem uma chance muito grande de o Trump colocar uma tarifa em 60% ou mais para o aço chinês. Então, como a Gerdau tem quase 50% da receita vindo da América do Norte, ou seja, das unidades dos Estados Unidos e Canadá, ela deve ser favorecida”, ressalta Conde.
A JBS também deve ser beneficiada, segundo o analista da Levante, pois a empresa recebe quase 70% da receita das operações nos Estados Unidos.
“Então, se tiver imposto de importação sobre carne bovina, carne suína, seja de qualquer país que for, isso vai favorecer, porque a JBS vai poder aumentar o preço das suas carnes por conta desse imposto maior”, completa Conde.
João Daronco, analista da Suno Research, entende que, com a perspectiva de que o governo do republicano deve impor barreiras comerciais ao mercado chinês, o Brasil tende a se beneficiar desse movimento como um possível substituto dos EUA em relação à China em termos de tratados comerciais.
“Quando olhamos para os setores, acho que o principal possível beneficiado é o setor agrícola. O Brasil, junto com os Estados Unidos, são os principais produtores agrícolas do planeta. Diante disso, quando temos uma demanda maior por produtos brasileiros, isso pode beneficiar muito o país”.
Mais um analista vai na mesma linha. Entre os setores beneficiados com eventuais políticas trumpistas, na visão de Fernando Bresciani, do Andbank, estão as exportadoras. Com dólar mais valorizado e minério de ferro na faixa de US$100, a Vale (BVMF:VALE3) pode ser uma das companhias nesta linha, assim como empresas do setor de celulose.
Ações pressionadas
Políticas como aumento de tarifas podem afetar negativamente as moedas doa países emergentes, levando a pressões em setores mais sensíveis ao câmbio. Nesse contexto, o varejo e consumo interno seriam mais afetados, de acordo com o analista da Empiricus, diante do alto endividamento e efeitos dos aumentos dos preços dos produtos para a formação de estoques.
Entre as empresas do setor de consumo interno que podem ser afetadas, estão Lojas Renner (BVMF:LREN3) e Magazine Luiza (BVMF:MGLU3), enquanto companhias do setor industrial com dependência de insumos importados, mas receitas no mercado nacional, também devem sofrer, incluindo Intelbras (BVMF:INTB3).
Além disso, Piccioni alerta para possíveis dificuldades para empresas do setor de aço, de forma geral, com direcionamento de exportação chinesa para outros mercados.
Com a moeda americana mais forte, setores do cíclico doméstico podem ser pressionados, concorda Bresciani, do Andbank, que cita consumo interno, varejo, construção civil e todos ligados a juros.
“As commodities agrícolas que vão para os Estados Unidos podem ser pressionadas”, adiciona Bresciani, em meio a possíveis taxações.
A Minerva (BVMF:BEEF3), grande exportadora de carnes para a China, pode ser desfavorecida.
Com menos exportações de carne para os Estados Unidos, outros players podem adentrar novos outros mercados, na opinião de Conde, da Levante.
Conde afirma ainda que CSN (BVMF:CSNA3) e a Usiminas (BVMF:USIM5) devem ser desfavorecidas, pois como parcela da exportação de aço das duas empresas vai para os Estados Unidos, uma taxação naquele mercado tende a reduzir as vendas.
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