Investing.com – O Morgan Stanley (NYSE:MS) reforçou posicionamento underweight para a bolsa de valores brasileira, equivalente à venda, mas elencou algumas oportunidades em estratégia de bottom fishing para as ações locais.
O banco destaca Banco do Brasil (BVMF:BBAS3), JBS (BVMF:JBSS3), Bradesco (BVMF:BBDC4), Itaú (BVMF:ITUB4) e Nubank (BVMF:ROXO34), todas overweight, equivalente à compra, além Minerva (BVMF:BEEF3), XP (BVMF:XPBR31), Cyrela (BVMF:CYRE3) e B3 (BVMF:B3SA3), consideradas equalweight, que corresponde à neutra.
“Nos apoiamos nos setores de exportação do Brasil, como a agricultura e o petróleo. Mas os setores financeiros e de serviços financeiros selecionados parecem muito atrativos”, destacam os analistas Nikolaj Lippmann, Juan Ayala e Julia Leao Nogueira.
O banco prefere exposição a ações de serviços financeiros em relação às ações de consumo discricionário. “Isto deve-se ao fato de vermos muito menos riscos cíclicos neste espaço. Esta é também a área mais provável para adicionarmos se percebermos que estamos errados na nossa hipótese do Brasil ou se quisermos reduzir o nosso risco de subponderação para o Brasil”, completam os especialistas do Morgan Stanley.
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Brasil segue com classificação underweight
O banco reforçou sua visão desfavorável para o mercado de ações brasileiro de forma geral, apesar de indicadores positivos como a rentabilidade medida pelo retorno sobre o patrimônio (ROE, na sigla em inglês) e valuations descontados.
Para maior sustentabilidade das ações brasileiras, é necessária uma mudança estrutural na política fiscal, de acordo com o Morgan Stanley. Quando avalia a performance do índice, o banco entende que grandes alocações em Nubank, Petrobras (BVMF:PETR4) e Itaú estariam por trás da resiliência.
Os analistas do Morgan Stanley concordam com as preocupações do mercado e alertam para dúvidas sobre a sustentabilidade dos lucros no Brasil, diante do déficit fiscal de quase 10% do Produto Interno Bruto (PIB).
“Acreditamos que as revisões negativas dos lucros, à medida que as perspectivas macroeconômicas se deterioram, serão fundamentais”, completa o MS.
O banco diz preferir aposta no chamado Texas Trade. “A maioria das ações no Brasil está barata e preferimos o risco-recompensa dos exportadores de crescimento sustentável em petróleo e agricultura”.