Investing.com – O real está massivamente subvalorizado considerando os termos de troca, de acordo com Robin Brooks, pesquisador sênior do Instituto Brookings, que já ocupou o cargo de economista-chefe do Institut of Internacional Finance (IIF) e de estrategista do banco Goldman Sachs (NYSE:GS). O economista tratou do tema na rede social X na última sexta-feira, 11 de outubro.
De acordo com Brooks, a moeda brasileira “costumava ser negociada de forma confiável com os termos de troca, que é a razão entre os preços de exportação do Brasil e de importação”.
O economista detalha que, quanto maiores os termos de troca, mais forte tende a ser a taxa de câmbio efetiva, mas o real estaria massivamente subvalorizado nesta métrica.
Em outra publicação, também na semana passada, Brooks alegou que a taxa de câmbio real brasileira estaria muito fraca, o que considera ser insustentável.
No final de agosto, a visão era mais otimista para o real brasileiro. Brooks argumentou que o real estaria “de volta”, após a moeda ter apresentado entre os três melhores desempenhos entre as moedas de países emergentes após reunião de Jackson Hole, o simpósio global de Bancos Centrais, em que o Fed indicou que iniciaria o ciclo de corte na taxa de juros americana, o que ocorreu posteriormente na reunião de setembro, com uma redução de meio ponto percentual.
Desde lá, o cenário mudou, com piora nas expectativas de mercado, com maior receio de que o desequilíbrio fiscal persista, pressionando a inflação e, por consequência, a taxa de juros.
No último Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira, 14 de outubro, economistas consultados pelo Banco Central revisaram as projeções para a taxa de juros básica da economia brasileira (Selic) ao final de 2025 de 10,75% para 11%. As projeções para o ano de 2024 seguem em 11,75%. Para o ano de 2026, as estimativas continuam em 9,5%.
Ainda de acordo com o Focus, as projeções para a inflação subiram de 4,38% ao final deste ano para 4,39%, enquanto as para o ano que vem foram reduzidas de 3,97% para 3,96%, ainda acima do centro da meta de 3% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Para o dólar, as projeções são de que a moeda americana termine o ano em R$5,40, mesmo valor esperado para 2025 (revisado de R$5,39). As estimativas para o ano de 2026 são de que a cotação da moeda americana seja reduzida para R$5,30, levando em consideração a perspectiva de ajustes no diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos.