Por Nevzat Devranoglu e Ali Kucukgocmen
ANCARA (Reuters) - O presidente do banco central da Turquia disse a investidores na quarta-feira que a política monetária está suficientemente apertada para lidar com a inflação e que espera que as medidas de núcleo da alta dos preços recuem no curto prazo, de acordo com três fontes que participaram de uma teleconferência com o banco.
O banco central surpreendeu os mercados com um corte de juros de 1 ponto percentual no mês passado, levando a lira a mínimas recordes por preocupações em relação à influência do presidente do país, Tayyip Erdogan, na política monetária.
O presidente do banco central, Sahap Kavcioglu, deu sinais "dovish" (inclinados a uma política monetária mais frouxa) na ligação com investidores locais, mas sem uma indicação clara sobre se vê mais afrouxamento à frente, ou quanto, disseram as fontes à Reuters.
Ele acrescentou que o banco não olha apenas para as medidas de núcleo da inflação ao determinar a política monetária, segundo as fontes.
No mês passado, a taxa básica foi reduzida a 18%, enquanto a inflação geral subiu para 19,58% em setembro, deixando os juros reais da Turquia em território negativo.
Depois que a inflação geral subiu acima da taxa de juros em agosto, o banco começou a enfatizar o núcleo "C" da inflação, que também aumentou em setembro, a 16,98%.
Kavcioglu, quarto presidente do banco central turco em menos de três anos, disse na conversa que a política monetária vai garantir uma desinflação o mais rápido possível e levar em conta possíveis riscos, segundo as três fontes, que pediram anonimato.
Duas fontes também disseram que Kavcioglu afirmou ainda que o banco estava implementando uma política monetária dura havia um ano e que o corte do mês passado não mudou isso.
O banco central não comentou imediatamente o que foi falado no encontro. As teleconferências mensais, incluindo outra na quinta-feira com investidores estrangeiros, são fechadas à imprensa.
A meta de inflação do banco central turco é de 5%, mas ela ficou em dois dígitos durante a maior parte dos últimos cinco anos.
(Reportagem adicional de Jonathan Spicer e Ezgi Erkoyun)