O dólar operou sem direção única ante moedas rivais nesta quinta-feira, pesando indicadores decepcionantes da economia americana e falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Já a libra enfraqueceu após o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) informar que decidiu manter sua política monetária durante a mais recente reunião do comitê da entidade.
O índice DXY, que mede a variação do dólar ante seis pares, subiu 0,01%, aos 91,814 pontos, fechando muito próximo da estabilidade. No fim da tarde em Nova York, o euro subia a US$ 1,1933, enquanto a divisa americana depreciava a 110,87 ienes. A libra esterlina, que caía a US$ 1,3930 no mesmo horário, evitou o recuo do índice.
A queda da divisa britânica se deu hoje diante da avaliação do mercado de que o BoE optou por uma postura menos "hawkish" em comparação com o Fed, que recentemente adiantou suas projeções de alta de juros e cujos dirigentes têm discutido a retirada de estímulos à economia. "Acreditamos que a política monetária no Reino Unido será apertada muito mais tarde do que a data que os mercados assumiram, de meados de 2022", prevê a Capital Economics, em relatório enviado a clientes.
Dentre os nove membros do Comitê de Política Monetária do BoE, apenas Andrew Haldane, que deixa a entidade no fim do mês, votou contra a manutenção do volume atual do programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês). Já a decisão de deixar a taxa básica de juros em 0,10% foi unânime.
Nos Estados Unidos, investidores acompanharam a divulgação das leituras finais do Produto Interno Bruto (PIB) e do índice de preços em gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) do primeiro trimestre, que vieram em linha com a estimativa anterior. Já o número de pedidos de auxílio-desemprego na semana passada veio acima do esperado, enquanto as encomendas de bens duráveis de maio subiram um pouco abaixo do consenso de analistas, na comparação com o resultado revisado de abril.
Também ficou no radar do mercado sinalizações distintas de dirigentes do Fed acerca da política monetária da entidade e a trajetória inflacionária dos EUA. Presidente da distrital de NY do BC americano, John Williams afirmou que a forte alta nos preços ao consumidor será temporária, enquanto o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, disse que o mercado "precisa saber" que um cenário de inflação "mais persistente" pode acontecer.
Entre moedas emergentes, destacou-se o desempenho do peso mexicano, impulsionado após o Banco Central do México (Banxico) elevar a sua taxa de juros em 25 pontos-base, para 4,25% ao ano, com o objetivo de frear avanços contínuos nas expectativas inflacionárias. Às 16h50, o dólar recuava a 19,9124 pesos.