O dólar operou sem direção única em relação a moedas rivais nesta quinta-feira, com a divisa americana reagindo a indicadores dos Estados Unidos e à alta nos juros dos Treasuries mais longos. Na Europa, dados econômicos também foram divulgados, enquanto a libra mostrou força diante da rápida vacinação contra a covid-19 no Reino Unido.
O Dollar Index (DXY), que mede a variação do dólar ante outras seis moedas fortes, fechou próximo à estabilidade, em alta de 0,01%, aos 90,614 pontos.
O euro, principal componente do índice, subia a US$ 1,2131, quase estável, enquanto a libra tinha alta a US$ 1,3949, perto do fechamento dos mercados em Nova York. Já o dólar avançava a 108,88 ienes, em dia de liquidez reduzida nos mercados do Japão por conta do feriado local de Showa.
Nos Estados Unidos, o noticiário econômico ficou concentrado nas divulgações da leitura inicial do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, que avançou 6,4% na taxa anualizada, e do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) para o mesmo período, que registrou alta de 3,5% na comparação anual. Também saiu o número de vendas pendentes de imóveis no país, que cresceram 1,9% em março ante fevereiro deste ano.
O dólar reagiu não só aos indicadores, mas também à alta nos retornos dos Treasuries, segundo afirma em relatório o Brown Brothers Harriman. Os retornos subiram hoje diante das perspectivas de inflação com o PCE e ainda refletindo a postura dovish do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e de seu presidente, Jerome Powell, em decisão de política monetária ontem.
"O dólar está ganhando força com o aumento dos rendimentos após a decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed, mas uma alta mais sustentada requer uma guinada maior nos juros dos Treasuries", avalia o banco americano.
Na Europa, investidores acompanharam a divulgação do índice de sentimento econômico da zona do euro, que registrou avançou para 110,3 pontos em abril, retomando o nível anterior à pandemia de covid-19. Já a confiança do consumidor na região teve alta a -8,1 no mesmo mês, confirmando a estimativa de analistas. Na Alemanha, a leitura preliminar do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,7% na mesma comparação.
Já no Reino Unido, a libra se beneficiou do otimismo pela acelerada vacinação contra a covid-19 no país, ainda que incertezas políticas tenham limitado os ganhos, de acordo com a estrategista de câmbio do ING, Petr Krpata.
Entre moedas emergentes, a lira turca se enfraqueceu ante o dólar, após o Banco Central da Turquia elevar as suas projeções para a inflação no país em 2021 e 2022. No fim da tarde em NY, o dólar avançava a 8,2152 liras.