Investing.com – Preços mais elevados do petróleo apoiam o dólar e a alta recente nas cotações do barril da commodity traz maiores riscos para quem enxerga uma moeda americana mais baixa a nível global no final do ano. É o que aponta o Bank of America (NYSE:BAC) (BofA), em nota enviada a clientes e ao mercado nesta quarta-feira, 10.
“Argumentamos que as respostas políticas à inflação provavelmente amplificaram o impacto positivo em dólares dos recentes choques petrolíferos impulsionados pela oferta”, destaca o banco no documento.
“A longo prazo, o impacto positivo dos preços do petróleo nos termos de troca dos EUA pode implicar um risco ascendente mais persistente para o dólar americano”, completam os estrategistas de câmbio John Shin e Alex Cohen.
Os estrategistas afirmam que a natureza da oferta do choque do petróleo, que estaria, na opinião do banco, mais relacionado a condições de oferta, incluindo a invasão russa da Ucrânia e preocupações com a turbulência no Médio Oriente, também tem apoiado o dólar.
“Os preços mais elevados do petróleo acabam por apoiar a subida do dólar, tanto através da dinâmica em torno da inflação elevada, como também do contexto de um choque de oferta que normalmente também representa um ambiente geral de risco que inspira a força do dólar”, avaliam, ao completar que a política monetária restritiva do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) ajudou a amplificar o impacto. O banco lembra que, em episódios anteriores de aumentos dos preços da energia em 2008 e 2011, o Fed decidiu analisar o impacto inflacionista, mas o Banco Central Europeu (BCE) aumentou as taxas de juros, impulsionando também o euro.
Os estrategistas do banco acreditam que, ainda que a natureza dos choques possa ser temporária, “é provável que o petróleo continue a ser uma força globalmente positiva para o dólar em geral devido à mudança na relação com a economia dos EUA, para além das surpresas cíclicas”, tendo em vista o benefício desses aumentos para os termos de troca americanos.
O BofA enxerga uma queda do dólar no médio prazo, com projeção de previsão de final de ano para o par EUR/USD de 1,15, na expectativa de cortes nas taxas de juros americanas, mas alerta sobre os riscos de subida do dólar diante dos preços elevados do petróleo.
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