Investing.com - O dólar operava perto da estabilidade no início da manhã desta sexta-feira, 25, caminhando para a quarta semana consecutiva de ganhos, sustentado pela expectativa de redução menos intensa de juros pelo Federal Reserve, bem como pela crescente incerteza política.
Às 8:10 h de Brasília, o Índice do Dólar, que compara a moeda americana com uma cesta de outras seis divisas, registrava leve alta para 103,90, mantendo-se na trajetória de um ganho semanal de cerca de 0,6%.
Na sessão anterior, a moeda americana registrou leve queda, reflexo da redução das taxas dos títulos de 10 anos dos EUA.
Contudo, o “greenback”, como o dólar é conhecido no meio financeiro, manteve boa demanda ao longo do mês, graças a dados econômicos razoavelmente positivos que levaram o mercado a reduzir as expectativas de cortes substanciais de juros pelo Federal Reserve no futuro próximo.
Esse cenário relativamente calmo poderá mudar na próxima semana, com a divulgação do relatório de empregos (payroll) nos EUA, previsto para a próxima sexta-feira.
No entanto, antes desse anúncio, o foco pode recair sobre a eleição presidencial americana, com apostas de mercado aumentando para uma possível volta de Donald Trump.
"As pesquisas indicam claramente que a eleição está muito acirrada, mas mercados e probabilidades de apostas estão cada vez mais inclinados a favor de Trump”, disseram analistas do ING em nota.
"Isso pode se dever à experiência das últimas duas eleições, nas quais Trump foi subestimado pelas pesquisas, mas também pela maior demanda por hedge para uma presidência Trump, vista como um evento macroeconômico mais impactante devido ao protecionismo, cortes de impostos, políticas de imigração rigorosas e riscos à independência do Fed."
Expectativa de cortes mais amplos pelo BCE?
Na Europa, o euro (EUR/USD) subia ligeiramente para 1,0833, a caminho de uma perda semanal de mais de 0,3%.
O índice IFO de clima empresarial da Alemanha apresentou leve alta em outubro, conforme mostrado nesta sexta, mas o sentimento continua fraco após nova estagnação da atividade empresarial na zona do euro este mês.
O BCE já reduziu as taxas de juros três vezes neste ano, em 25 pontos-base por vez, mas as expectativas aumentam de que o banco central possa considerar uma redução maior na próxima reunião.
"O presidente do Bundesbank, Joachim Nagel, foi questionado em duas ocasiões durante sua estadia em Washington se ele consideraria um corte de 50 pontos-base em dezembro e, nas duas vezes, evitou afastar explicitamente essa possibilidade", disse o ING. "Nagel é um dos membros mais conservadores do Conselho do BCE e provavelmente teria respondido com um ‘não’ mais claro há apenas um mês."
A libra (GBP/USD) mantinha-se praticamente inalterada em 1,2972, com uma perda semanal em torno de 0,5%, mas também recuperou-se de uma baixa de dois meses registrada na quarta-feira.
O presidente do Banco da Inglaterra, Andrew Bailey, falará no sábado em Washington, e os investidores estarão atentos a quaisquer comentários sobre a política futura, após ele ter alertado no início deste mês que o banco central poderia adotar uma postura “um pouco mais ativa em cortes de juros” caso surjam mais boas notícias sobre a inflação.
Iene aguarda eleições do fim de semana
O iene subia 0,1% para 152,02, permanecendo perto das máximas de três meses, com a moeda em direção a um ganho de 1,6% nesta semana – sua quarta semana consecutiva de ganhos.
O sentimento em relação aos mercados japoneses manteve-se cauteloso antes das eleições gerais de domingo, onde pesquisas locais mostram que uma aliança liderada pelo Partido Liberal Democrata no poder pode ter dificuldades para alcançar a maioria.
Isso pode representar um desafio para o primeiro-ministro Shigeru Ishiba, que enfrentará dificuldades para implementar mais reformas econômicas.
O iuane (USD/CNY) avançava para 7,1209, operando em faixa estreita, com a reunião do Congresso Nacional do Povo da China, inicialmente prevista para ocorrer no final de outubro, agora aparentando estar adiada para novembro.