Por Fabricio de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - Em sintonia com o exterior, o dólar fechou a terça-feira em queda no Brasil, novamente abaixo dos 6,05 reais, após os Estados Unidos divulgarem números moderados de inflação ao produtor, numa sessão de liquidez ainda contida neste início de 2025.
O dólar à vista fechou em queda de 0,84%, aos 6,0466 reais. Em janeiro a moeda acumula baixa de 2,14%. Às 17h03 na B3 (BVMF:B3SA3) o dólar para fevereiro -- atualmente o mais líquido -- cedia 0,88%, aos 6,0655 reais.
Pela manhã o Departamento do Trabalho dos EUA informou que o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) para a demanda final aumentou 0,2% em dezembro, após avanço não revisado de 0,4% em novembro. Economistas consultados pela Reuters haviam previsto alta de 0,3%. No período de 12 meses até dezembro, o índice acelerou para 3,3%, após aumento de 3,0% em novembro.
O avanço moderado do PPI no mês passado fez os yields dos Treasuries despencarem, em meio a uma avaliação mais positiva sobre a inflação norte-americana.
Além disso, agentes financeiros reagiam positivamente a reportagem da Bloomberg sugerindo que membros da equipe do presidente eleito Donald Trump, que toma posse em 20 de janeiro, consideram movimentos graduais na implementação de tarifas de importação, reduzindo um pouco do pessimismo em relação à medida.
Neste cenário, a moeda norte-americana passou a ceder ante quase todas as divisas de países emergentes, incluindo o real.
Após registrar a máxima de 6,0985 reais (+0,01%) às 9h00, na abertura do mercado no Brasil, o dólar à vista atingiu 6,0425 reais (-0,91%) às 10h50 -- naquele momento, a mínima do dia, já após os dados do PPI. Às 16h39, já na reta final, a moeda norte-americana à vista atingiu o piso do dia, de 6,0415 reais (-0,93%).
O recuo do dólar também esteve em sintonia com a queda das taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) no Brasil, com investidores aproveitando o noticiário interno ameno para eliminar prêmios em excesso.
Operador ouvido pela Reuters destacou ainda o volume limitado de negócios -- algo comum nas primeiras sessões de janeiro, após a forte movimentação de dezembro.
No exterior, às 17h04, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,13%, a 109,280.
Pela manhã o Banco Central vendeu 15.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 3 de fevereiro de 2025.