Investing.com - Com valorização de apenas 1,4% em 30 dias, o real teve uma performance abaixo dos pares emergentes, o que pode ser explicado pelo cenário doméstico de incertezas em relação às políticas monetária e fiscal, segundo relatório divulgado aos clientes e ao mercado pelo banco BTG (BVMF:BPAC11). Os destaques teriam ficado com peso chileno, com alta de 4,4% em 30 dias, além da rúpia indonésia, com variação positiva em 3,7%. Por outro lado, o peso argentino teve o pior resultado entre os pares, com desvalorização de 5,5%.
Às 15h25 (de Brasília) desta terça-feira, 7, o dólar subia 0,62%, a R$5,1782 .
De acordo com os estrategistas de macroeconomia do BTG Leonardo Paiva e Arthur Mota, a volatilidade na cotação da moeda brasileira nas últimas semanas ficou acima da média no período, provavelmente relacionada às indefinições sobre o ciclo de política monetária em países desenvolvidos. O dólar chegou a ficar abaixo de R$5, mas retornou para mais perto das projeções do banco para primeiro trimestre deste ano, que é de R$ 5,24.
“Seguimos acreditando que o contexto de incerteza acima do usual deve resultar na taxa negociando em patamar mais depreciado”, afirmam os analistas do BTG.
No cenário internacional, com a alta de juros do Federal Reserve dos Estados Unidos em 0,25 ponto percentual, conforme expectativas, ainda que haja uma desaceleração do ritmo de aperto, a comunicação e os últimos dados indicam que o ciclo não deve finalizar em março, o que pode prejudicar o real.
Aliado a esse cenário, a indefinição a respeito das metas de inflação contribui para desancoragem das expectativas, mais um fator indicando uma possível depreciação do real, que pode terminar o ano com cotação do dólar em R$5,30, completam os analistas.