Por Ann Saphir
(Reuters) - O presidente do Federal Reserve de Atlanta, Raphael Bostic, disse nesta terça-feira que ele observa poucas evidências de que o aperto agressivo da política monetária do banco central dos EUA esteja desacelerando a inflação, e que os custos de empréstimos terão que aumentar ainda mais para que isso aconteça.
“Dinheiro mais apertado ainda não restringiu atividades comerciais o bastante para refrear seriamente a inflação”, disse Bostic, em um texto publicado no site do Fed de Atlanta.
“Antecipo que mais aumentos de taxas serão necessários” para deixar a política restritiva o suficiente para que a inflação retorne à meta de 2% do Fed, disse.
Bostic não indicou se ele é a favor de diminuir o ritmo de futuros aumentos das taxas ou quanto mais o Fed pode precisar aumentar sua taxa de juros overnight além do atual patamar de 3,75% - 4,00%.
Mas Bostic, como outros responsáveis pela política do Fed que falaram recentemente, deixou claro que a batalha do banco central norte-americano para domar a pressão sobre os preços não acabou, e que as taxas continuarão subindo, mesmo sob o risco de uma desaceleração econômica mais ampla.
Embora Bostic tenha dito que uma recessão pode ser evitada, ele acrescentou que esse cenário “seria melhor do que a alternativa”, na qual a inflação seria enraizada.
Havia, ele disse, “vislumbres de esperança” em alguns aspectos da inflação, incluindo um ritmo menor de aumento de preços em bens de consumo. Mas “precisamos ver os aumentos dos preços de serviços desacelerarem também. Até agora, não vimos”.