Por Peter Nurse e Jessica Bahia Melo
Investing.com -- Investidores em Wall Street aguardam a divulgação de dados importantes sobre o mercado de trabalho dos EUA durante esta semana. Os números da inflação na Europa também estarão em foco, bem como a turbulência política no Canadá. No Brasil, semana também será de divulgação da inflação oficial.
Confira agora mais detalhes dos assuntos mais importantes desta manhã.
1. Expectativa para o payroll nos EUA
O principal foco desta semana será o relatório mensal de emprego payroll dos EUA, que deve mostrar na sexta-feira que a maior economia do mundo adicionou 154.000 empregos em dezembro, enquanto a taxa de desemprego deve se manter estável em 4,2%.
Os dados do mercado de trabalho têm sido voláteis nos últimos meses, em meio a interrupções causadas por greves e furacões. Os dados de novembro mostraram um crescimento de 227.000 empregos, recuperando-se de um aumento tímido em outubro.
Os investidores esperam que o relatório de empregos aponte para um crescimento econômico sólido, mas não tão forte que torne ainda mais difícil para o Fed continuar cortando as taxas.
Um aumento de cerca de 150.000 levaria a criação de empregos em 2024 para 2,134 milhões, o que seria o total anual mais baixo, fora de uma perda impulsionada pela COVID em 2020, desde os 1,988 milhões de 2019.
O Federal Reserve projetou apenas mais dois cortes nas taxas de juros este ano em sua última reunião de definição de políticas, uma redução substancial em relação aos quatro cortes vistos em setembro, e os vários palestrantes do Fed da semana provavelmente parecerão cautelosos em relação a cortes muito maiores nas taxas.
Os futuros de ações dos EUA estavam mistos segunda-feira, com os investidores relutantes em assumir posições importantes antes da divulgação de dados econômicos amplamente observados em outra semana de negociações mais curta.
Às 8h02 (de Brasília), o contrato Dow futuros recuava 0,08%, S&P 500 futuros subia 0,3%, e o Nasdaq 100 futures ganhava 0,62%.
As principais médias saíram de uma semana de perdas, em meio a preocupações sobre a extensão de futuros cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve, após os comentários relativamente hawkish que acompanharam a redução do mês passado.
A Bolsa de Valores de Nova York também estará fechada na quinta-feira para lamentar a morte do ex-presidente Jimmy Carter.
Os investidores estarão procurando pistas sobre a força da economia e, portanto, sobre os prováveis movimentos do Fed, com o relatório mensal de empregos, altamente influente, a ser divulgado na sexta-feira.
Os investidores também vão monitorar a Pesquisa sobre abertura de vagas e rotatividade de mão de obra JOLTs na terça-feira e a Pesquisa de emprego da ADP na quarta-feira, antes da reunião do Fed no final deste mês.
VEJA: Cotações dos mercados fututos
2. IPC da zona do euro para orientar as expectativas de corte nas taxas
Os Preços ao consumidor na Alemanha para dezembro serão divulgados na sessão de hoje, antes dos dados da inflação da zona do euro de terça-feira, e espera-se que mostrem que as pressões inflacionárias permanecem moderadas no bloco do euro.
Dito isso, a Espanha já divulgou seus números de dezembro, e sua impressão acima das expectativas, devido aos preços de energia, pode ser replicada em outros lugares.
Os investidores estão esperando que o Banco Central Europeu reduza as taxas de juros em 100 bps no primeiro semestre de 2025, e qualquer sinal de que a inflação esteja diminuindo ainda mais daria ao BCE espaço para afrouxar a política e apoiar uma economia em dificuldades.
Porém, um inverno mais frio pode complicar as coisas, principalmente com os preços do gás natural em níveis elevados e com o fim de um acordo de décadas para que a Rússia forneça gás para a Europa por meio da Ucrânia.
3. Trudeau renunciará ao cargo de primeiro-ministro do Canadá?
O tempo de Justin Trudeau como Primeiro-Ministro do Canadá parece estar se esgotando, depois que vários relatórios indicaram que ele está pronto para deixar o cargo de líder do Partido Liberal, que governa o país, após nove anos no cargo, possivelmente já na segunda-feira.
Se ele renunciar, isso provavelmente estimulará novos apelos por uma eleição rápida para estabelecer um governo estável para lidar com o novo governo liderado por Donald Trump do outro lado da fronteira, que já ameaçou com tarifas comerciais substanciais.
Pesquisas recentes sugerem que os liberais perderão feio para os conservadores da oposição oficial em uma eleição que deve ser realizada até o final de outubro.
O dólar canadense subiu em relação ao seu homólogo norte-americano, com os investidores acolhendo a chance de uma eleição antecipada para esclarecer as perspectivas, embora os ganhos tenham sido silenciosos, sugerindo que a notícia já estava de certa forma precificada.
CONFIRA: Cotações das commodities
4. Petróleo cai ligeiramente antes dos principais dados
Os preços do petróleo caíram na segunda-feira, influenciados por um dólar forte, mas as perdas são pequenas, já que os investidores aguardam a divulgação de dados econômicos importantes dos EUA no final da semana.
Às 8h02, os futuros do petróleo bruto dos EUA (WTI) caíam 0,07%, para US$73,91 por barril, enquanto o contrato Brent recuava 0,07%, para US$76,46 por barril.
No entanto, a força do dólar provocou alguma realização de lucros na segunda-feira, já que o dólar permaneceu perto dos máximos de dois anos antes de uma série de leituras econômicas importantes nesta semana, que fornecerão pistas sobre a força da economia dos EUA, o maior consumidor de energia do mundo.
Os investidores também estão atentos a quaisquer interrupções no fornecimento, com o governo Biden supostamente planejando impor mais sanções à Rússia por causa de sua guerra na Ucrânia.
5. IPCA em destaque nesta semana no Brasil
Os investidores estarão atentos nesta semana à divulgação da inflação oficial, com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgando o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) na sexta-feira.
No último Boletim Focus divulgado pelo Banco Central, em 30 de dezembro, economistas consultados pela autoridade monetária estimavam inflação de 4,90% ao fim de 2024. A projeção é ainda maior para 2025, de 4,96%.
Com as pressões na inflação corrente, expectativas desancoradas, dólar acima de R$6 e risco fiscal, o Comitê de Política Monetária (Copom) adiantou que deve elevar a taxa de juros básica da economia brasileira (Selic) em um ponto percentual nas próximas duas reuniões.