Investing.com - Crise, que crise? Os mercados parecem ter virado uma nova página depois que as declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, apontarem para o fim das crescentes tensões entre EUA e Irã.
O mercado de futuros de ações dos EUA estão sinalizando para uma abertura em alta em Wall Street, continuando os ganhos de quarta-feira que viram o Nasdaq atingir máxima histórica.
Os preços do petróleo permanecem firmes após uma surpresa no suprimento semanal de petróleo, mas o ouro recuou acentuadamente de seus níveis elevados.
Aqui está o que você precisa saber para começar o seu dia, 09 de janeiro.
1. Diplomacia de Trump eleva ações globais
A decisão do presidente Trump de optar por impor novas sanções econômicas ao Irã ao invés de pedir uma ação militar levou ao fim o tom de risco nos mercados.
Houve uma forte elevação nos mercados de ações em toda a Ásia durante a madrugada, a Europa está em alta e o mercado de ações dos EUA sinaliza para ganhos adicionais. O contrato futuros da S&P 500 subia 11 pontos, ou 0,34%, às 7h20 (horário de Brasília), enquanto os futuros do Nasdaq 100 subia 44 pontos, ou 0,47%.
"O Irã parece estar desistindo, o que é uma coisa boa para todas as partes envolvidas", disse Trump em um discurso após os ataques do Irã a várias bases militares dos EUA.
"O fato de termos este excelente equipamento militar, não significa que precisamos usá-lo", acrescentou o presidente.
2. Ativos de refúgio em declínio
Os investidores deram as costas ao par USD/JPY (dólar americano/iene japonês), frequentemente usado como um paraíso para investidores avessos ao risco, fazendo com que ele passasse de uma máxima de três meses para uma mínima de duas semanas de 109,33 ienes por dólar.
Da mesma forma, o par USD/CHF (dólar americano/franco suíço) foi atingido, também caindo para uma mínima de duas semanas de 0,974 francos por dólar.
O ouro recuava dos ganhos acentuados obtidos na quarta-feira e era negociado com queda de 0,9% a US$ 1.545,95 a onça-troy, em torno dos níveis observados no início do mês.
O rendimento dos títulos do Tesouro dos EUA para 10 anos permanecia em 1,874%, praticamente inalterado em relação ao fechamento na quarta-feira, mas bem abaixo dos mínimos intra-diários de cerca de 1,705% observados ontem.
3. O petróleo permanece em foco
Os preços do petróleo estiveram em alta nos últimos dois dias, subindo acentuadamente na quarta-feira, em meio a temores de que os ataques com mísseis do Irã contra tropas americanas baseadas no Iraque levem a interrupções no fornecimento no Oriente Médio, antes de recuperar esses ganhos quando tom mais conciliatório entre os dois países emergiu.
No entanto, os relatórios da Administração de Informações sobre Energia dos EUA (EIA, na sigla em inglês) informaram de que os estoques de petróleo dos EUA subiram 1,2 milhão de barris na semana encerrada em 3 de janeiro, atingiram fortemente os preços, uma vez que haviam seguido declínios nas três semanas anteriores. Os analistas esperavam reportar uma queda de cerca de 3,6 milhões de barris.
A referência global, o petróleo Brent, subia US$ 0,48 para US $ 65,75 por barril às 8h30 da manhã, consideravelmente abaixo dos níveis acima dos US$ 70 desde o início desta semana.
Os contratos futuros de petróleo dos EUA ficavam em US$ 59,84, tendo atingindo anteriormente US$ 65,85, o maior valor desde o final de abril do ano passado.
4. Pronunciamento dos membros do Fomc
Vários membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) deverão se pronunciar ainda hoje, especificamente Richard Clarida, Neel Kashkari e John Williams.
O Fomc realiza oito reuniões programadas regularmente por ano, onde analisa as condições econômicas e determina a postura apropriada da política monetária. A próxima reunião está prevista para o final deste mês e, portanto, os investidores analisarão esses discursos em busca de pistas sobre o provável próximo movimento do banco central.
Em sua reunião de dezembro, o comitê decidiu manter inalterada a taxa básica de referência dos fundos federais, de 1,50% a 1,75%, depois de reduzir as taxas de juros três vezes em 2019.
5. Problemas no varejo britânico
O setor de varejo britânico está em crise, em meio a preocupações com o que significa a saída do Reino Unido da União Europeia para os exportadores. O British Retail Consortium declarou que o total de vendas registrou o primeiro declínio anual desde 1995, com as vendas em novembro e dezembro particularmente fracas. Isso correspondeu ao período em que a especulação de um Brexit sem acordo estava no auge.
Os comentários do atual governador do Banco da Inglaterra, Mark Carney, alertaram que os bancos centrais estão ficando sem munição para combater uma possível recessão.
As ações da Marks and Spencer Group PLC, por um longo tempo considerado um indicador de tendências financeiras do Reino Unido, caíam mais de 9% depois que seus últimos resultados mostraram uma queda nas vendas. O par GBP/USD (libra esterlina/dólar americano) estava em baixa, caindo 0,5% e sendo negociado a US$ 1,3031.