Por Scott Kanowsky e Jessica Bahia Melo
Investing.com -- A Secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, adverte sobre uma possível "crise constitucional" que paira sobre as negociações de alto risco sobre o teto da dívida em Washington. Warren Buffett, por sua vez, reduziu a exposição do Berkshire Hathaway a bancos dos EUA ao atacar executivos, órgãos reguladores e a mídia sobre a crise do setor bancário dos EUA. Reino Unido doa R$500 milhões para Fundo Amazônia para preservação ambiental brasileira.
1. Advertência de Yellen sobre o teto da dívida
Uma "catástrofe econômica e financeira" aguardará os EUA se os legisladores de Washington não concordarem em aumentar o teto da dívida, alertou a secretária do Tesouro, Janet Yellen, em uma entrevista no fim de semana.
Em entrevista à ABC News, Yellen enfatizou que essas negociações não podem ser realizadas "com uma arma apontada para a cabeça do povo americano". Mas os riscos continuam altos e o tempo é curto.
O presidente Biden e seus colegas no Congresso enfrentam a chamada "data X" - estimada para o início de junho - para aumentar o limite da dívida do país. Se não for possível chegar a um acordo, o governo dos EUA corre o risco de não conseguir pagar suas contas em dia.
Segundo informações, a Casa Branca está investigando se tem autoridade para continuar emitindo novas dívidas sem a aprovação do Congresso. Yellen, no entanto, sinalizou que tal cenário constituiria uma "crise constitucional".
Os futuros de ações dos EUA foram mistos na segunda-feira, mas oscilaram principalmente em torno da linha plana, com os investidores de olho na divulgação dos principais dados de inflação no final desta semana.
Às 8h (de Brasília), o contrato Dow futuros subia 0,17%, enquanto o S&P 500 futuros era negociado 0,10%, mais alto, e o Nasdaq 100 futuros, de alta tecnologia, caía 0,10%.
Esta semana, o foco está diretamente nos dados de inflação dos EUA índice de preços ao consumidor, que serão divulgados na quarta-feira. Espera-se que a leitura mostre que, embora a inflação tenha diminuído ligeiramente em abril, ela ainda permaneceu bem acima da meta anual de 2% do Federal Reserve.
A evolução do crescimento dos preços no mês passado pode dar aos investidores mais pistas sobre os planos de política monetária do Fed. O banco central dos EUA aumentou os custos de empréstimos em 25 pontos-base na semana passada, mas deu a entender que esse seria o pico de seu ciclo de aperto agressivo de um ano, ao retirar de sua declaração a frase que "prevê" mais aumentos.
2. Pesquisa com agentes de crédito é importante
No que se refere aos indicadores econômicos, a Pesquisa de opinião de agentes de crédito do Federal Reserve normalmente não é acompanhada com muita atenção.
No entanto, com a volatilidade dominando o setor bancário dos EUA - e os credores de médio porte em particular - os olhos estarão voltados para o relatório, que deverá ser divulgado ainda hoje.
Os observadores estarão ansiosos para descobrir o quanto as condições de empréstimo se tornaram mais rigorosas nesses bancos regionais. Geralmente não são feitas previsões, mas 44,8% dos entrevistados na pesquisa anterior, em janeiro, disseram que os padrões estavam se tornando mais rígidos.
De acordo com a Reuters, se o número saltar para 60,2%, ele estará em linha com os níveis atingidos durante as últimas quatro recessões. O presidente do Fed, Jerome Powell, observou na semana passada que, no caso desse aumento no aperto, o banco central dos EUA "pode não estar muito longe" da "taxa neutra" - ou um custo de empréstimo que não estimula nem restringe o crescimento econômico.
3. Buffett sobre a turbulência no setor bancário
Warren Buffett falou sobre a volatilidade que assola o setor de serviços financeiros dos EUA na reunião anual da Berkshire Hathaway (NYSE:BRKa) em sua cidade natal, Omaha, Nebraska, no fim de semana. Suas críticas pouparam poucos dos principais participantes da crise.
Os executivos dos bancos, os órgãos reguladores e a imprensa foram culpados por mensagens "muito ruins" sobre o colapso do Silicon Valley Bank, Signature Bank e First Republic Bank, argumentou o famoso investidor. Isso contribuiu para um crescente "medo de contágio" de que a turbulência pudesse se espalhar para outros credores.
Ele acrescentou que os líderes e acionistas do setor bancário deveriam "sofrer" se seus negócios fracassarem. "É preciso haver punição para as pessoas que fazem a coisa errada", declarou Buffett.
Como era de se esperar, ele disse que a Berkshire agora está adotando uma postura mais cautelosa em relação aos bancos e, de fato, vendeu algumas de suas ações nessas empresas nos últimos seis meses.
4. Preocupações com a recessão ressurgem na Alemanha
O desempenho dinâmico do setor industrial da Alemanha no início de 2023 está mostrando sinais de enfraquecimento - e, com isso, alimentando os temores de uma recessão na maior economia da Europa.
Em março, a produção nesse setor crucial, caiu mais do que o previsto, em uma base mensal, devido em parte à fraqueza do setor automotivo. Nos dois meses anteriores do ano, a leitura havia crescido muito acima das estimativas.
Os analistas do ING disseram que, dada a queda em vendas no varejo e exportações no mesmo período, aumentaram as chances de uma revisão para baixo da atividade econômica do primeiro trimestre na Alemanha.
5. Reino Unido passa a contribuir com o Fundo Amazônia
O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi um dos 100 chefes de Estado que participaram de evento de coroação do rei Charles III, que ocorreu neste final de semana no Reino Unido. A coroação do monarca aconteceu na manhã do sábado (6), na Abadia de Westminster. Durante a estadia em Londres, Lula se encontrou com o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, quando foi anunciada uma contribuição do Reino Unido de cerca de R$500 milhões para o Fundo Amazônia.
Segundo Lula, o rei Charles III pediu que o presidente “cuidasse da Amazônia”, que teria respondido “que precisa de ajuda”. Lula afirmou ainda que busca viabilizar a realização da COP30, a próxima Conferência do Clima, no Brasil, quando deve pedir mais recursos para a preservação da Amazônia. O Reino Unido é o quarto país a contribuir com recursos para o fundo lançado em 2009, após Estados Unidos, Alemanha e Noruega.
Além disso, o presidente destacou a diminuição do fluxo comercial brasileiro com a Inglaterra e que deve formalizar um grupo de trabalho para avaliar as negociações bilaterais.
Às 8h (de Brasília), o ETF EWZ (NYSE:EWZ) subia 0,45% no pré-mercado.