Por Geoffrey Smith e Jessica Bahia Melo
Investing.com -- A China anunciou mais medidas afrouxando as medidas de saúde para controle da covid-19 após novos dados mostrarem que seu fluxo de comércio internacional diminuiu drasticamente em novembro. A produção de iPhone da Apple é uma das vítimas dessa tendência.
Expectativa para decisões de política monetária dos bancos centrais no Brasil e na Polônia com manutenção das taxas de juros, mas o Canadá está decidido a apertar ainda mais a política monetária. Xi Jinping visita a Arábia Saudita em um dia em que os preços do petróleo apagam seus ganhos acumulados de 2022 até agora, tendo em vista os a temores de uma recessão que se aproxima.
No Brasil, PEC da Transição é aprovada na CCJ do Senado e segue para votação em plenário.
Aqui está o que você precisa saber nos mercados financeiros na quarta-feira, 7 de dezembro.
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1. A China se afasta ainda mais da política covid-zero após a alarmante queda do comércio
A balança comercial da China ilumina sobre o porquê de Pequim estar de repente tão interessada em afrouxar sua estratégia covid-zero.
As exportações recuaram 8,7% no ano em novembro, pior patamar desde março de 2020, durante a eclosão da pandemia. Enquanto as importações caíram ainda mais acentuadamente, em 10,6%. Ambos os números foram mais fracos do que as previsões dos analistas de mercado.
Os números foram fortemente influenciados por um novo lockdown devido a uma nova onda de covid-19, mas também por uma queda acentuada na demanda global, que também é evidente em indicadores como as taxas de embarque, que agora estão 50% abaixo de seus picos.
O governo central em Pequim anunciou outro plano de 10 pontos de afrouxamento das restrições na quarta-feira, limitando a capacidade dos funcionários do governo local de bloquear arbitrariamente empresas e distritos residenciais, bem como afrouxando ainda mais os requisitos de testes para entrada em locais públicos.
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2. Política monetária: aperto no Canadá, manutenção em outras economias; dados de produtividade dos EUA em foco
Enquanto o mercado dos EUA se preocupa com um nível mais alto para as taxas de juros no atual ciclo de aperto monetário do Federal Reserve, os bancos centrais de outros lugares estão começando a tirar o pé do freio.
Brasil e Polônia começaram a apertar a política monetária antes do banco central dos EUA. A expectativa é de que os países mantenham suas principais taxas de juros em 13,75% e 6,75%, respectivamente. O Banco de Reserva da Austrália, que também se antecipou no aperto monetário, aumentou suas taxas em modestos 25 pontos de base nesta terça-feira.
Em contraste, as movimentações posteriores nos mercados desenvolvidos ainda estão em modo de endurecimento das condições financeiras. Espera-se que o Banco do Canadá continue elevando os juros em 50 pontos-base para 4,25%.
Nos EUA, mais tarde, os dados trimestrais para custos de mão-de-obra unitários e produtividade podem atrair mais interesse do que o habitual após o relatório do mercado de trabalho de novembro apontar a escala dos problemas do lado da oferta no mercado de trabalho.
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3. Futuros de NY em baixa; Apple luta em duas frentes
As bolsas de valores dos Estados Unidos devem abrir mais tarde em baixa, tentando se estabilizar após um segundo dia consecutivo de grandes perdas em meio a preocupações de que o Federal Reserve possa causar uma recessão, elevando suas taxas de juros acima de 5% no próximo ano.
Às 9h23 (de Brasília), Dow Jones futuros recuava 0,30%, enquanto S&P 500 futuros caía 0,46%, e Nasdaq 100 futures tinha baixa de 0,67%. Os três principais índices de caixa perderam entre 1% e 2% na terça-feira.
As ações que provavelmente estarão em foco mais tarde incluem a Sanofi (NASDAQ:SNY) e a GlaxoSmithKline (NYSE:GSK), depois que um juiz federal dos EUA rejeitou um caso de teste sob observação de perto alegando que seu medicamento para azia Zantac causava câncer. A GSK saltou mais de 12% no início do pregão em Londres em resposta. Também em foco estarão as Meta Platforms (NASDAQ:META) (BVMF:M1TA34), que caíram quase 7% na terça-feira após relatórios indicando que a UE restringirá sua capacidade de comercializar anúncios direcionados em suas redes de mídia social.
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Um dos maiores fatores por trás da queda nas exportações chinesas foi a interrupção na Apple (NASDAQ:AAPL) (BVMF:AAPL34), o grande complexo fabril da Foxconn (TW:2354) em Zhengzhou na semana passada.
Norio Nakajima, presidente do principal fornecedor da Apple, Murata Manufacturing, disse à Bloomberg na quarta-feira que espera novas revisões para baixo dos pedidos, com o risco chave vindo do consumidor norte-americano.
As ações da Apple sofreram pressão adicional, pois a Bloomberg informou que a empresa adiou a data provisória de lançamento de seu carro elétrico por um ano para 2026, após concluir que a tecnologia existente não permitirá uma condução totalmente autônoma.
Houve mais notícias positivas para a empresa como seu principal fornecedor de chips, Taiwan Semiconductor Manufacturing (NYSE:TSM), disse que triplicaria seu investimento planejado em Arizona, algo que pode acabar reduzindo a dependência da Apple dos chips feitos na China e em Taiwan.
4. Senado brasileiro vota hoje em plenário PEC da Transição com atenuantes
Segue para o plenário do Senado a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, que foi aprovada ontem na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A proposta ficou mais enxuta em R$30 bilhões, contemplando licença para gastar de R$168,9 bilhões. No entanto, em vez de liberar totalidade de recursos fora do teto, o teto foi expandido. Assim, R$145 bilhões seriam destinados ao pagamento de recursos Bolsa Família e outros R$23 bi ficariam de fora do teto de gastos, montante que pode ser usado em investimentos, fruto de excesso de arrecadação.
O período para essas medidas passou de quatro para dois anos com substitutivo do relator, Alexandre Silveira (PSD-MG). A movimentação para facilitar o acordo contou com articulação presencial do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Se a matéria for aprovada no Senado, segue para o plenário da Câmara dos Deputados. A expectativa é que a PEC seja apreciada na próxima semana.
Além disso, o texto prevê que o governo encaminhe um Projeto de Lei Complementar (PLC) com a nova âncora fiscal até dia 31 de agosto do ano que vem. Para a Ativa Investimentos, a PEC pode autorizar que a regra constitucional do teto seja suprimida por uma lei complementar. “Além de gozar de menor credibilidade exige menos esforço para alteração. Assim, no final das contas, o waiver por dois anos poder ser apenas ilusório, visto que daqui cerca de seis meses o executivo pode encaminhar um PLC que extinguirá com o teto em apenas sendo aprovado, não ensejando mais por renovações do waiver. Ou se acredita que a nova âncora fiscal não englobará o waiver ad aeternum? PEC tira-teto”, critica a Ativa.
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5. O petróleo elimina os ganhos de 2022 com os receios de recessão quando Xi chega a Riad
Os preços do petróleo bruto acabaram com seus ganhos do ano em resposta aos dados comerciais chineses, o que amplificou os receios de que os EUA levarão o mundo à recessão no próximo ano. Isso ocorreu apesar de um desempenho relativamente forte.
Os futuros do petróleo dos EUA caíram para US$ 73,81 o barril durante a noite, enquanto os futuros do Brent chegaram a US$ 79,03 o barril antes de se recuperarem ligeiramente nas negociações europeias.
Às 9h23, os futuros do petróleo WTI subiam 0,15%, a US$74,36 por barril, enquanto os do Brent apresentavam elevação de 0,05%, a US$79,39 por barril.
O presidente chinês Xi Jinping deve chegar a Riad nesta quarta-feira para conversas com a Arábia Saudita e outras nações do Golfo, o que pode ter implicações para os planos de produção da OPEP. Nos Estados Unidos, enquanto isso, espera-se que o governo dados do inventário bruto mostre outro declínio considerável de 3,3 milhões de barris na semana passada, embora isso seja uma grande queda em relação à queda de 12,6 milhões de barris da semana anterior.