Investing.com - Mercados financeiros de todo o mundo se concentrarão na reunião de política monetária do Banco da Inglaterra na busca de mais detalhes sobre quando o banco central planeja elevar novamente as taxas de juros.
Ainda com relação a bancos centrais, investidores estarão muito atentos a decisões de política monetária do Banco da Reserva da Austrália e do Banco da Reserva da Nova Zelândia.
Rumores recentes de que principais bancos centrais do mundo irão começar a endurecer a política monetária geraram uma operação de venda no mercado global de títulos neste mês, com rendimentos de títulos nos EUA, na Europa e na Ásia subindo.
Além disso, será uma semana calma nos EUA e na zona do euro com apenas alguns dados relativamente pouco importantes a serem divulgados.
Por ouro lado, participantes do mercado conhecerão os números mensais da balança comercial da China em meio a sinais recentes de que a segunda maior economia do mundo estaria desacelerando.
Já no Canadá, investidores irão se concentrar em dados mensais de empregos na busca de mais indicações sobre a saúde da economia e sobre a possibilidade de que o Banco do Canadá eleve as taxas de juros mais uma vez neste ano.
Antes da semana que está por vir, a Investing.com compilou uma lista com os cinco maiores eventos do calendário econômico com grandes chances de afetar os mercados.
1. Anúncio de política monetária do Banco da Inglaterra
O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) anunciará sua decisão sobre a taxa de juros às 10h00 da próxima quinta-feira. O banco central também publicará seu relatório trimestral da inflação no mesmo horário. Mark Carney, dirigente do BoE, participará de uma entrevista coletiva pouco depois do anúncio.
Parece quase certo que o Comitê de Política Monetária do BoE irá manter as taxas de juros em 0,50% para que possa pesar o impacto do aumento dos juros em novembro na economia com o Brexit chegando, mas investidores cada vez mais esperam que outo aumento aconteça logo.
Futuros financeiros precificam atualmente uma chance de 50% de um aumento de 25 pontos base em maio, uma continuação relativamente rápida do aumento do BoE em novembro, que foi o primeiro em uma década. Alguns investidores acreditam que as taxas poderão subir duas vezes neste ano.
Além do BoE, haverá o foco em um estudo sobre o gigante setor de serviços britânico, com divulgação prevista para as 07h30 da próxima segunda-feira, na busca de mais indicações sobre o efeito contínuo que a decisão do Brexit está tendo sobre a economia.
A política também provavelmente estará em foco, já que participantes do mercado estarão atentos a quaisquer notícias sobre as negociações do Brexit em curso.
Embora a economia do Reino Unido esteja atrasada em relação à recuperação global, ela se mostrou melhor do que as previsões sombrias feitas no momento da decisão de 2016 de deixar a União Europeia.
2. Reunião de política monetária do Banco da Reserva da Austrália
O Banco da Reserva da Austrália (RBA, na sigla em inglês) deve divulgar sua mais recente decisão sobre a taxa de juros na próxima terça-feira à 01h30.
A maioria dos economistas espera que o banco central mantenha as taxas inalteradas em nível baixo recorde de 1,5% pela 16ª reunião seguida e que mantenha sua posição política neutra, pois analisam o risco de aumentar ainda mais o endividamento no mercado imobiliário aquecido no país frente à inflação morna. O mercado imobiliário australiano recentemente começou a esfriar a partir de um ritmo intenso que durou anos.
Dados sobre vendas no varejo e sobre a balança comercial, que serão apresentados antes do anúncio do RBA na terça-feira, também deverão chamar a atenção.
Além disso, o RBA irá divulgar sua declaração trimestral de política monetária na sexta-feira, oferecendo uma visão mais detalhada das projeções econômicas atualizadas do banco central.
3. Revisão das taxas do Banco da Reserva da Nova Zelândia
A atualização da política monetária do Banco da Reserva da Nova Zelândia (RBNZ, na sigla em inglês) está prevista para as 18h00 da próxima quarta-feira.
A maior parte dos analistas de mercado espera que o banco central mantenha sua taxa de juros de referência em nível recorde mínimo de 1,75%, patamar que é mantido por ao menos seis reuniões após sua última redução.
O presidente em exercício do RBNZ, Grant Spencer, participará de uma entrevista coletiva logo o anúncio para discutir a decisão. Adrian Orr, ex-vice-presidente e economista-chefe do RBNZ, irá assumir como dirigente do banco central em 27 de março.
Além do RBNZ, dados sobre empregos do quarto trimestre com divulgação prevista para a terça-feira irão fornecer aos investidores mais indicações sobre a força do mercado de trabalho do país.
A inflação moderada tem feito com que o RBNZ adie qualquer movimento mesmo com o crescimento sólido e com melhorias no mercado de trabalho.
4. Balança comercial da China
A China deve divulgar seus números da balança comercial de janeiro por volta da meia-noite (horário de Brasília) de quinta-feira. O relatório deverá mostrar que o superávit comercial do país caiu de US$ 54,7 bilhões em dezembro para US$ 54,0 bilhões no mês passado.
As projeções para as exportações são de crescimento de 9,5% em comparação ao ano anterior e na sequência de um salto de 10,9% no mês anterior, enquanto se espera que as importações tenham subido 10,0% após terem aumentado 4,5% em dezembro.
Além disso, nesta sexta-feira, a nação asiática publicará dados sobre a inflação dos preços ao consumidor e ao produtor em janeiro. Os relatórios devem mostrar que os preços ao consumidor subiram 1,5% no último mês, ao passo que os preços ao produtor têm projeção de aumento de 4,4%.
A economia da China cresceu 6,8% no quarto trimestre em comparação ao ano anterior, apoiada por uma recuperação no setor industrial, um mercado imobiliário resiliente e crescimento forte das exportações.
5. Dados sobre empregos no Canadá
O Canadá deve divulgar os números sobre os empregos em janeiro na próxima sexta-feira às 11h30.
Os dados deverão mostrar que a economia criou 10.000 empregos no mês passado, após um aumento de 54.500 em dezembro, ao passo que a taxa de desemprego tem projeções de aumento de 5,7% no mês precedente para 5,8% em janeiro.
Além do relatório de empregos, o Canadá deve publicar os números do mês sobre balança comercial, licenças de construção e um estudo da atividade industrial amplamente observado.
O Banco do Canadá elevou as taxas de juros como se esperava no mês passado, mas afirmou que enquanto mais aumentos estão provavelmente garantidos, alguma continuidade da política monetária acomodatícia provavelmente será necessária para manter adequados o crescimento e a inflação.
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