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Participação chinesa em investimento direto no Brasil cai a menor nível em 7 anos em 2023

Publicado 28.11.2024, 16:21
© Reuters. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente da China, Xi Jinping, apertam as mãos ao assinarem acordos bilaterais, em Brasília, Brasiln20/11/2024nREUTERS/Adriano Machado
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Por Marcela Ayres

BRASÍLIA (Reuters) - A participação da China no investimento direto no Brasil (IDP) caiu ao menor nível em sete anos em 2023, de acordo com novos dados do Banco Central, enquanto os Estados Unidos ampliaram sua liderança acumulando uma parcela recorde dos investimentos no primeiro ano do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A China, maior parceiro comercial do Brasil, respondeu por 44,9 bilhões de dólares do estoque do IDP, ou apenas 4,28% do total, de acordo com um relatório anual do BC divulgado esta semana.

Isso fez da nação asiática a sétima maior fonte de IDP do Brasil no país no ano passado, caindo do quinto lugar um ano antes para a pior posição da China desde 2016, quando ficou em 12º e contribuiu com apenas 2,87% do IDP.

Os dados ressaltam que, mesmo com a China se tornando a compradora dominante das exportações agrícolas, de mineração e de energia do Brasil, o peso de suas empresas como investidoras ainda é tímido em comparação com empresas dos EUA e da Europa, que têm operações de longa data no país.

Por outro lado, o IDP dos EUA no Brasil aumentou 56% em relação ao ano anterior para 357,8 bilhões de dólares em 2023, impulsionado principalmente por maiores investimentos em atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados.

Como resultado, os Estados Unidos contribuíram com 34% do estoque de IDP brasileiro no ano passado -- a maior participação registrada na série.

Os dados se concentram exclusivamente em participação no capital, que constitui cerca de 80% do IDP total, representando novos investimentos e excluindo operações intercompanhia, como empréstimos.

"Nós acreditamos que o Brasil e os EUA vão desenvolver uma boa relação política como em regra vêm desenvolvendo a cada nova mudança de ciclo político", disse Abrão Neto, CEO da Câmara Americana de Comércio (Amcham-Brasil), enfatizando que os números dos EUA refletem 200 anos de laços diplomáticos.

Lula tem cortejado investimentos dos EUA e da China para impulsionar o crescimento econômico na maior economia da América Latina.

Embora ele tenha expressado apoio a Kamala Harris na corrida presidencial dos EUA, ele rapidamente parabenizou Donald Trump -- conhecido por seus laços com o ex-presidente Jair Bolsonaro -- por sua vitória.

© Reuters. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente da China, Xi Jinping, apertam as mãos ao assinarem acordos bilaterais, em Brasília, Brasil
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REUTERS/Adriano Machado

E apesar de ter garantido acordos de infraestrutura, energia e agronegócio durante uma visita recente do presidente chinês Xi Jinping a Brasília, seu governo não chegou a aderir formalmente à estratégia global de infraestrutura da China, a Iniciativa do Cinturão e Rota.

Welber Barral, ex-secretário de comércio exterior e sócio da consultoria BMJ, observou que os acordos do Brasil com a China podem melhorar a classificação do gigante asiático no IDP nos próximos anos, já que esses acordos geralmente levam tempo para se materializar em investimentos.

Por outro lado, as políticas de Trump destinadas a promover empregos nos EUA podem ter algum impacto no volume de IDP do país, disse Barral, embora menos do que em nações como México e Canadá, que "são fortemente dependentes da economia dos EUA".

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