Investing.com - Esta será uma semana agitada em termos de reuniões do banco central em todo o mundo, com a maior parte das atenções voltadas para a reunião de quarta-feira do Federal Reserve, que deverá elevar as taxas de juros em um quarto de ponto percentual.
Os dois principais bancos centrais da Europa, o Banco Central Europeu e o Banco da Inglaterra, também realizarão suas reuniões de final de ano nesta semana, embora seja altamente improvável que criem problemas em termos de política monetária.
O anúncio de política monetária do Banco Nacional Suíço também estará em foco.
Investidores também ficarão de olho nos dados da produção industrial chinesa em meio a sinais recentes de que a segunda maior economia do mundo estaria se desacelerando.
Antes da semana que está por vir, a Investing.com compilou uma lista com os cinco maiores eventos do calendário econômico com grandes chances de afetar os mercados.
1. Decisão do Federal Reserve sobre a taxa de juros
A expectativa geral é de que o Federal Reserve eleve a taxa-alvo dos fundos federais em 0,25 ponto percentual na quarta-feira às 15h, quando se encerra a reunião de política monetária que dura dois dias, o que deixaria a taxa em uma faixa entre 1,25% a 1,50%.
Janet Yellen, presidente do Federal Reserve, deverá participar de uma entrevista coletiva que será muito observada e acontecerá 30 minutos após a divulgação da declaração do Fed, já que investidores buscam novas indicações sobre a possível trajetória da política monetária nos próximos meses.
O banco central norte-americano também divulgará suas mais recentes projeções de crescimento econômico e taxa de juros, conhecidas como “dot-plot”. O Fed tinha projeções de três aumentos de juros no ano que vem, e deverá manter sua perspectiva mais ou menos da mesma forma mesmo que o mercado tenha dúvidas de que a instituição irá elevar os juros tanto quanto se espera.
A reunião desta semana será a última sob a liderança de Janet Yellen, cujo mandato termina em fevereiro, quando ela será substituída por Jerome Powell, diretor do Fed.
Além do Fed, o calendário desta semana também traz importantes dados norte-americanos sobre inflação, vendas no varejo, preços ao produtor, produção industrial e também um estudo sobre as condições manufatureiras na região de Nova York.
Enquanto isso, a legislação da reforma tributária permanecerá na agenda, já que os legisladores trabalham para aprovar um projeto para reformular o código tributário antes do prazo autoimposto de 22 de dezembro.
Agentes do mercado também estarão atentos a mais notícias sobre a investigação em curso do FBI sobre o envolvimento da Rússia na campanha presidencial de 2016.
2. Reunião de política monetária do Banco Central Europeu
A decisão do Banco Central Europeu sobre a taxa de juros está prevista para quinta-feira às 10h45, sem expectativas de grandes mudanças.
A maior parte das atenções estará voltada à entrevista coletiva de Mario Draghi, presidente da instituição, 45 minutos após o anúncio, na qual ele irá provavelmente reiterar sua promessa de dar sustentação à economia e manter custos de empréstimos muito baixos nos próximos meses.
O BCE também irá revelar as projeções iniciais de inflação em 2020, que provavelmente mostrarão crescimento na meta ou pouco abaixo dela, aumentando apenas de forma gradual nos próximos três anos, dando sustentação à decisão do banco de remover apenas lentamente o estímulo monetário.
Em outubro, o BCE afirmou que reduziria suas compras de ativos pela metade a partir de janeiro, mas estendeu o programa até o final de setembro, prometeu anos de estímulo e deixou a porta aberta para voltar atrás, citando pressões moderadas de preços.
Além do BCE, agentes de mercado estarão atentos a novos dados sobre a atividade empresarial da zona do euro, previstos para quinta-feira, com o intuito de avaliar a força da economia da região. Há também um estudo sobre o clima de negócios na Alemanha do instituto ZEW com divulgação marcada para terça-feira.
3. Anúncio de política monetária do Banco da Inglaterra
O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) irá anunciar sua decisão da taxa de juros na quinta-feira, sem previsão por parte dos analistas de grandes mudanças na política monetária, já que os decisores da instituição enfrentam incertezas com o Brexit, baixo crescimento dos salários e produtividade baixa, o que pesa sobre a economia.
No mês passado, o BoE acrescentou de volta os 25 pontos base retirados dos custos de crédito após a aprovação do Brexit, levando as taxas de juros de volta a 0,50%, mas afirmou ver apenas aumentos graduais pela frente enquanto o Reino Unido se prepara para deixar a União Europeia.
De acordo com especialistas do mercado, o banco central britânico não deverá elevar as taxas de juros novamente até o final de 2018, quando irá acrescentar outros 25 pontos base.
Além do BoE, investidores se concentrarão em dados mensais sobre inflação, empregos e vendas no varejo para mais indicações sobre o efeito contínuo que a decisão do Brexit está tendo sobre a economia.
A política provavelmente ficará na mente dos investidores, já que eles continuam atentos a quaisquer notícias a respeito das negociações do Brexit após o Reino Unido e a União Europeia chegarem a um acordo de última hora na sexta-feira que permite que a segunda fase de negociações do Brexit, sobre relações comerciais futuras, tenha andamento. Em seguida, há a reunião de cúpula dos líderes da União Europeia em Bruxelas em 14 e 15 de dezembro.
4. Avaliação de política monetária do Banco Nacional da Suíça
A avaliação trimestral de política monetária do Banco Nacional da Suíça (SNB, na sigla em alemão) está prevista para quinta-feira às 06h30. A maior parte dos economistas espera que a taxa de juros de referência permaneça inalterada em -0,75%.
Espera-se também que o SNB mantenha seu compromisso de intervenções em moeda estrangeira caso necessário.
Thomas Jordan, presidente do SNB, deverá reiterar que o franco suíço permanece "altamente valorizado" apesar da perspectiva econômica mais positiva e enfraquecimento recente da moeda.
A maioria dos analistas espera que o banco central manterá tudo como está até que o Banco Central Europeu eleve as suas próprias taxas de juros.
5. Produção industrial da China
A China deverá divulgar os números da produção por volta da meia-noite de quinta-feira em meio a expectativas de aumento de 6,2%, sem alterações a partir do mês precedente.
Ao mesmo tempo, a nação asiática irá divulgar relatórios sobre investimento em ativos fixos, vendas no varejo, preços dos imóveis e os mais recentes números sobre o crescimento dos empréstimos.
No mês passado, dados fracos de PMIs sobre a atividade industrial e não industrial indicaram que a economia chinesa está se desacelerando no quarto trimestre do ano. Uma desaceleração chinesa é um dos maiores riscos à continuidade do crescimento global.
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