Investing.com – Os mercados estarão atentos às decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos nesta quarta-feira, 01º de novembro. Nesta “Super Quarta”, a tendência é de manutenção da taxa de juros americana e recuo de meio ponto percentual na brasileira, segundo o consenso de mercado.
A decisão do Federal Reserve será anunciada às 15h (de Brasília), com coletiva de imprensa do presidente do Fed, Jerome Powell, às 15h30. Já o Banco Central brasileiro comunica os rumos da política monetária a partir das 18h.
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Nos EUA, manutenção nas fed funds
Com um mercado de trabalho ainda resiliente e crescimento econômico robusto, condições financeiras mais apertadas tendem a motivar a decisão do Federal Open Market Committee (FOMC) de manter as fed funds no patamar atual, na faixa entre 5,25% e 5,50%. Essa é a expectativa de 98,1% dos analistas de mercado, segundo a ferramenta Monitor da Taxa de Juros do Federal Reserve, do Investing.com.
O Bank of America (NYSE:BAC), que concorda com essa visão, espera pouca orientação futura e uma ênfase na dependência de dados. “É provável que Powell afirme que a Fed procede com cuidado e está consciente do aperto financeiro, que não vê como um reflexo das expectativas da taxa de política monetária. As únicas alterações que esperamos na declaração do FOMC são as descrições da atividade econômica atual, que devem ser atualizadas para refletir os dados recentes robustos”, aponta o BofA.
No Brasil, corte de meio ponto na Selic
A expectativa de mercado é de que o cenário de desinflação continue, com dados apresentando tendências positivas. Assim, com o corte de meio ponto na taxa Selic, o juro no Brasil cairia para 12,25% ao ano.
Apesar do ambiente turbulento, o plano de voo do Banco Central brasileiro deve ficar inalterado, segundo o Itaú (BVMF:ITUB4), que também acredita no corte desta magnitude. O banco espera que o comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) demonstre previsão de reduções da mesma magnitude nas próximas reuniões.
“Em nossa visão, uma mudança nesta sinalização (por exemplo, desviando do plural para o singular) poderia gerar, neste momento, uma interpretação assimétrica a favor de um corte mais moderado à frente, de 25 p.b., mas entendemos que os fundamentos atuais não justificam tal desaceleração”, aponta o Itaú.
De acordo com o banco, ainda que o cenário externo esteja mais complexo, diante do conflito entre Israel e Hamas e elevação dos juros longos nos EUA, “a depreciação do real em relação ao dólar foi moderada, e, no âmbito doméstico, as divulgações de inflação mostraram dados mais benignos, com queda das principais medidas de núcleos”, o que reforçaria essa visão.