Por Andy Bruce e William Schomberg
(Reuters) - A inflação britânica desacelerou acentuadamente no mês passado e as medidas de preços monitoradas pelo Banco da Inglaterra também caíram, reforçando as apostas em um corte na taxa de juros em novembro e ajudando a ministra das Finanças, Rachel Reeves, antes de seu primeiro orçamento.
A inflação anual dos preços ao consumidor diminuiu para 1,7% em setembro, de 2,2% em agosto, a menor leitura desde abril de 2021, impulsionada pela redução dos preços das passagens aéreas e da gasolina, informou o Escritório de Estatísticas Nacionais.
A expectativa em pesquisa da Reuters com economistas era de uma leitura de 1,9%.
Os contratos futuros de juros mostravam que os investidores estavam colocando 90% de chance em dois cortes de 25 pontos base na taxa de juros até o final deste ano, contra cerca de 80% na terça-feira.
"A divulgação de hoje remove outro obstáculo em potencial para que o Comitê de Política Monetária vote por um corte de 25 pontos na taxa de juros em sua reunião de novembro", disse Martin Swannell, economista-chefe da consultoria EY ITEM Club.
"A principal questão agora é se o comitê intensificará o ritmo dos cortes nas reuniões subsequentes, e esse cenário provavelmente exigiria mais boas notícias sobre o crescimento dos salários e da inflação."
Dados divulgados na terça-feira mostraram que os salários britânicos cresceram em seu ritmo mais lento em mais de dois anos nos três meses até agosto e as vagas caíram novamente.
O Ministério das Finanças do Reino Unido comemorou a queda da inflação, o que oferece um cenário útil para Reeves enquanto ela prepara seu primeiro orçamento, previsto para 30 de outubro.
Um cenário menos inflacionário melhoraria ligeiramente a perspectiva econômica e fiscal para o orçamento, no momento em que Reeves luta para encontrar dinheiro extra para investir em serviços públicos e nova infraestrutura sem assustar os investidores.
O núcleo da inflação, que exclui energia, alimentos, álcool e tabaco, desacelerou para 3,2%, de 3,6% em agosto.
A inflação de serviços - que o Banco da Inglaterra considera como o indicador mais importante da pressão de preços gerada internamente - caiu para o seu nível mais baixo desde maio de 2022, a 4,9% em setembro de 5,6% em agosto.
No entanto, a queda refletiu o recuo nas tarifas aéreas, que são um componente volátil da cesta de inflação - algo que o banco central levará em consideração no próximo mês.
(Reportagem de Andy Bruce, gráfico de Sumanta Sen)