Por Leika Kihara e Stanley White
TÓQUIO (Reuters) - O banco central do Japão manteve sua política monetária ultrafrouxa nesta quinta-feira mas seu presidente alertou para os elevados riscos à perspectiva econômica, sugerindo que o próximo passo do Banco do Japão pode ser elevar, e não reduzir, seu forte estímulo.
Em uma decisão altamente esperada, o banco central manteve a meta de juros de curto prazo em -0,1 por cento e a meta para o rendimento do título de 10 anos em torno de zero por cento, de acordo com a política chamada de controle da curva de rendimentos.
Também reafirmou sua visão de que a economia está em uma trajetória sólida, mesmo que temores de desaceleração do crescimento global afetem os mercados e tenham reduzido as perspectivas para atingir a meta de inflação de 2 por cento.
O presidente Haruhiko Kuroda, entretanto, alertou que as incertezas econômicas globais estão se elevando e que o banco central tem ferramentas disponíveis para ampliar o estímulo se necessário.
"Há mais riscos de baixa para a economia do Japão, particularmente através de acontecimentos econômicos internacionais", disse Kuroda em entrevista à imprensa.
"Se acharmos que fazer isso será necessário para sustentar o ímpeto para alcançar nossa meta de preços, vamos afrouxar a política monetária mais conforme apropriado."
O Banco do Japão está em um dilema. Anos de forte impressão de dinheiro o deixaram com pouca munição para enfrentar outra recessão, e a desaceleração econômica global está privando o banco central de qualquer chance no curto prazo para reabastecer suas opções.
Mesmo manter o atual estímulo está se tornando custoso uma vez que juros ultrabaixos afetam os lucros dos bancos regionais e suas enormes compras secam a liquidez do mercado.
(Reportagem adicional de Tetsushi Kajimoto e Chris Gallagher)