WASHINGTON (Reuters) - O chair do Federal Reserve, Jerome Powell, disse nesta quarta-feira que é pouco provável que o próximo movimento na taxa de juros dos Estados Unidos seja de aumento, acrescentando que o foco do banco central norte-americano tem sido manter sua atual postura restritiva.
"Portanto, acho improvável que o próximo movimento da taxa básica seja um aumento. Eu diria que é improvável", disse Powell em entrevista coletiva, quando questionado sobre os riscos de que as taxas possam precisar subir para reduzir a inflação.
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Nesta quarta-feira o Fed anunciou a manutenção de sua taxa básica de juros na faixa de 5,25% a 5,50%, como era amplamente esperado pelo mercado.
Na coletiva realizada após o anúncio do Fed, Powell também afirmou que, depois de alguma turbulência no início do ano, o Fed está agora em busca de evidências mais claras do que está acontecendo com as pressões sobre os preços.
“É apropriado receber um sinal agora e estamos recebendo um sinal” dos dados de inflação, disse Powell.
O chair do Fed reiterou ainda que a iminente eleição presidencial nos EUA, marcada para novembro, não afetará as decisões sobre taxas de juros.
“Estamos em paz com isso, sabemos que faremos o que consideramos ser a coisa certa”, disse Powell sobre a eleição. Ele acrescentou que não há provas, nas transcrições das reuniões do Fed, de que as autoridades tenham permitido que a política afetasse suas escolhas sobre juros.
MERCADOS EMERGENTES
Na coletiva, Powell avaliou que outros países e mercados financeiros estão se adaptando bem ao crescimento econômico e à divergência de política monetária entre os EUA e o resto do mundo, sem a turbulência vista no passado.
"Para as economias de mercado emergentes, não vimos o tipo de turbulência que era mais frequente há 20 anos, 30 anos atrás", disse Powell. "E isso acontece, penso eu, em parte porque os países de mercados emergentes, muitos deles têm quadros de política monetária muito melhores, muito mais credibilidade na inflação, e por isso estão a navegar muito bem desta vez."
(Reportagem de David Lawder e Michael S. Derby)