Investing.com – Após a divulgação de dados de emprego antecedentes nesta semana, as atenções dos investidores estão voltadas ao relatório payroll. Os dados serão divulgados pelo Bureau of Labor Statistics nesta sexta-feira, às 10h30, e podem trazer mais pistas sobre os próximos passos do Federal Reserve, que está atento à resiliência do mercado de trabalho americano e seus impactos no processo desinflacionário.
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A projeção de consenso estima uma adição de 170 mil empregos não agrícolas no mês passado, número inferior aos 199 mil de novembro. Os empregos privados devem somar 130 mil, projeta o mercado, ante 150 mil no mês anterior.
Enquanto isso, a expectativa consensual é que a taxa de desemprego suba ligeiramente, de 3,7% para 3,8%. A média de horas trabalhadas semanais tende a se manter estável, em 34,4. Já o ganho médio por hora trabalhada deve ter alta mensal em 0,3%, pouco abaixo dos 0,4% anteriores.
Em relatório divulgado aos clientes e ao mercado, o Bank of America (NYSE:BAC) (BofA) indica a expectativa de que o emprego na folha de pagamento não agrícola seja elevado 175 mil em dezembro, o que o banco considera sólido, ainda sinalizando um mercado de trabalho saudável.
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A tendência, segundo o banco, é de que os dados sejam impulsionados, em parte pela continuidade da onda de contratações do governo, enquanto o emprego no setor privado tem destaque nos serviços de educação, saúde, lazer e hospitalidade. As projeções do BofA são de que os salários subam 0,3%, ou 3,9% ao ano, com taxa de desemprego mantida em 3,7%.
“Se a nossa previsão se revelar correta, isso significaria que a economia dos EUA adicionou 2,727 milhões de empregos em 2023 antes de contabilizar quaisquer revisões dos dois meses anteriores. Esta seria uma desaceleração significativa em relação aos 4,793 milhões de empregos criados em 2022, mas mais forte do que a média de 2,5 milhões de 2015 a 2019. Em suma, o crescimento do emprego foi forte em 2023”, destacam os economistas Michael Gapen e Stephen Juneau.
Já os analistas do JPMorgan (NYSE:JPM) projetam um adicional 150 mil postos de trabalho urbanos nos Estados Unidos no mês passado, com a taxa de desemprego aumentando para 3,8%. Também em relatório enviado ao mercado o JPM concorda que o mercado de trabalho americano tem apresentado robustez e mantido um ritmo consistente de empregos.
“O incremento do emprego em novembro (199 mil) foi impulsionado pelo retorno de aproximadamente 40.000 trabalhadores que estavam em greve; portanto, prevemos uma desaceleração no crescimento do emprego entre novembro e dezembro”, apontam os analistas, que projetam que 80% do aumento total do emprego em dezembro tenha como origem o setor público, saúde e assistência social. O JPM ainda estima alta de de 0,4% nos ganhos médios por hora em dezembro.
Política monetária
Com um mercado de trabalho resiliente, o crescimento da renda deve seguir apoiando o consumo. No entanto, o consumo é considerado saudável pelos economistas do BofA, indicando que o ciclo de cortes nos juros americanos deve iniciar em breve. “Na nossa opinião, um relatório em linha com as nossas expectativas mantém o Fed no caminho certo para cortes de 100 pontos base este ano, com início em março”.