SÃO PAULO (Reuters) - A carga de energia do sistema elétrico interligado do Brasil deve fechar fevereiro com alta de 0,9% na comparação anual, projetou nesta sexta-feira o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que reduziu praticamente pela metade a previsão da semana anterior, de avanço de 2%.
O desempenho é impactado pela manutenção da expansão da produção industrial, "ainda que em níveis inferiores aos que vinham sendo observados no ano de 2020", disse o ONS em relatório, no qual apontou também temperaturas inferiores.
O aumento na demanda elétrica deve ser puxado pelo Sudeste/Centro-Oeste, com crescimento de 1,9% em base anual, e pelo Nordeste, com elevação de 1,7%.
No Norte, ONS vê alta de 1,1% na carga, enquanto o Sul deve ter retração, de 3,1%.
Na semana anterior, a previsão apontava para queda de apenas 0,1% no Sul e salto de 3,2% no Sudeste.
Os números, no entanto, seguem apontando tendência de recuperação apesar da pandemia de coronavírus, que chegou a fazer a demanda desabar quase 12% em abril passado, primeiro mês totalmente impactado por quarentenas decretadas por prefeituras e governos na tentativa de frear a disseminação da doença.
CHUVAS
As chuvas na área das hidrelétricas, principal fonte de geração do Brasil, devem seguir bem abaixo da média apesar de estarmos em pleno "período úmido" nessas regiões, apontou o ONS.
No Sudeste, que concentra os principais reservatórios, elas estão estimadas em 71% da média histórica para o mês, quase estáveis ante os 72% da semana anterior.
No Nordeste, foram vistas em 41%, de 31% antes. No Sul, houve redução para 138%, frente a 152% anteriormente.
Em meio a esse cenário, o ONS projetou acionar 5,5 gigawatts médios em geração térmica na próxima semana, pouco abaixo dos 6,8 gigawatts previstos na semana anterior.
O Brasil tem acionado mais térmicas desde meados de outubro, por determinação do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), visando atender à demanda enquanto recupera o armazenamento nas hidrelétricas.
(Por Luciano Costa)