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O que faria o Federal Reserve interromper os cortes de juros?

Publicado 19.11.2024, 12:18
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Investing.com – A postura mais cautelosa dos dirigentes do Federal Reserve em relação aos cortes de juros e uma recente sequência de dados econômicos positivos levantam dúvidas sobre uma possível pausa na flexibilização pelo banco central americano. Ainda assim, estrategistas do Citi mantêm a expectativa de que a desaceleração da inflação e do crescimento do emprego permitirá ao Fed prosseguir com os cortes.

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“É improvável que os dirigentes interrompam os cortes antes que as taxas cheguem a 4%, salvo um aumento inesperado na inflação”, apontou o Citi em nota. “Se os cortes diminuirão nesse ponto dependerá de uma estabilização no mercado de trabalho, que continua a enfraquecer.”

O Fed parece adotar um plano em duas fases para reduzir os juros até um nível neutro – aquele que não estimula nem restringe a atividade econômica:

“Na primeira etapa, taxas claramente restritivas precisam ser trazidas ao nível neutro, já que o Fed não deseja mais flexibilização no mercado de trabalho. A segunda fase envolve um ritmo mais lento de cortes, uma vez que as taxas estejam na faixa considerada plausível para a neutralidade."

Após iniciar o ciclo de cortes em setembro, o Fed já reduziu os juros duas vezes, permanecendo em território restritivo, o que indica espaço para mais cortes.

“Um aperto no mercado de trabalho e/ou uma alta sustentada na inflação” justificariam taxas acima do neutro, mas ambos os cenários parecem improváveis, afirmou o banco.

O núcleo da inflação - que exclui itens voláteis, como alimentos e combustíveis - mostrou-se “ligeiramente mais forte” nos últimos dois meses, segundo o Citi, mas deve desacelerar em novembro e dezembro, permitindo a continuidade dos cortes.

“No cenário-base, a combinação de inflação em queda e aumento do desemprego manterá o Fed cortando juros a um ritmo de pelo menos 25 pontos-base por reunião, até atingir 3%”, afirmou o Citi.

No curto prazo, a probabilidade de uma pausa na reunião de dezembro é baixa e exigiria surpresas positivas nos dados de empregos e inflação de novembro.

Para o futuro, uma pausa seria viável caso a taxa de desemprego estabilize nos níveis atuais. “Isso contrariaria nossas expectativas”, pontuou o Citi, que prevê um aumento contínuo da taxa de desemprego a partir de novembro.

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Fed cortará 25 pontos-base nas próximas quatro reuniões, diz Morgan Stanley (NYSE:MS)

Os analistas do Morgan Stanley preveem que o Federal Reserve realizará quatro cortes consecutivos de 25 pontos-base, reduzindo a taxa básica para 3,625% até maio de 2025.

A projeção reflete um crescimento econômico mais lento, arrefecimento do mercado de trabalho e pressões inflacionárias persistentes.

Segundo o banco, “menores fluxos migratórios e mais tarifas” têm afetado o crescimento do PIB e contribuído para uma inflação mais resistente.

Embora o Morgan Stanley preveja desaceleração da inflação até o início de 2025, ela deve permanecer acima da meta de 2% do Fed até 2026. O banco estima um núcleo da inflação PCE de 2,8% em 2024, 2,5% em 2025 e 2,4% em 2026.

O crescimento econômico, por sua vez, deve desacelerar marcadamente, com o PIB projetado para crescer 2,4% em 2024, 1,9% em 2025 e 1,3% em 2026, em termos anuais.

“O consumo desacelera à medida que o crescimento da renda do trabalho diminui e as tarifas reduzem a atividade”, avaliou o Morgan Stanley. O mercado de trabalho também deverá sentir os efeitos, com a taxa de desemprego subindo de 4,1% em 2025 para 4,5% no final de 2026.

A pausa nos cortes está prevista para o segundo semestre de 2026, quando o crescimento econômico cairá abaixo do potencial. O fim do aperto quantitativo é esperado para o início de 2025.

O banco delineou três cenários alternativos:

  • "Pouso forçado": o Fed endurece demais, levando a uma contração do PIB em 2025.
  • "Reaceleração": os cortes de juros reativam o crescimento econômico.
  • "Reinflação da China": a inflação nos EUA aumenta devido a importações mais caras.

Diante dessas incertezas, o Morgan Stanley enfatizou a cautela do Fed:

“Os cortes de 25 pontos-base nas próximas quatro reuniões levarão a taxa básica a 3,625% em maio de 2025. Sinais de inflação mais persistente e incertezas gerais podem levar o Fed a pausar até o segundo semestre de 2026, quando cortes mais rápidos trarão a taxa abaixo do neutro devido à desaceleração econômica. Simultaneamente, o Fed encerrará o aperto no primeiro trimestre de 2025.”

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Deutsche Bank vê corte de 25 pontos-base em dezembro, mas diz que é "uma decisão apertada"

Já na visão dos estrategistas do Deutsche Bank, o Federal Reserve deve realizar um corte de 25 pontos-base em dezembro, mas a decisão permanece “apertada”.

Embora o banco central possa inclinar-se a cortar juros, a abordagem dependente de dados mantém viva a possibilidade de uma pausa.

A presidente do Federal Reserve de Boston, Susan Collins, afirmou recentemente que um corte em dezembro está “certamente na mesa”, mas ainda “não está decidido”, destacando a necessidade de mais dados econômicos antes de qualquer decisão.

Outros dirigentes do Fed compartilharam comentários cautelosos, apontando riscos de surpresas inflacionárias ou ajustes no mercado de trabalho.

O presidente do Fed, Jerome Powell, declarou recentemente que o banco “irá mais devagar se os dados permitirem”, enfatizando a necessidade de maior segurança antes de alterar a política monetária.

“Os comentários da maioria das autoridades mostraram um leve viés hawkish, sugerindo que a reunião de dezembro é uma decisão apertada entre cortar ou manter as taxas”, afirmou o Deutsche Bank em uma nota.

Powell destacou que as condições financeiras se aliviaram e que o mercado de trabalho, embora esfriando, permanece resiliente. Contudo, incertezas relacionadas a políticas fiscais e tendências inflacionárias tornam o panorama desafiador.

Os estrategistas do Deutsche Bank preveem que o Fed pode manter as taxas acima de 4% até 2025, refletindo uma possível elevação da taxa neutra para o intervalo de 3,75%-4%.

Austan Goolsbee, presidente do Fed de Chicago, acredita que os juros estarão “muito mais baixos” nos próximos 12 a 18 meses, “desde que a inflação caminhe para os 2%”.

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