Por Andy Bruce e William Schomberg
LONDRES (Reuters) - O aumento das contas de energia e dos preços dos alimentos levou a inflação britânica a uma máxima de 41 anos, de acordo com dados publicados um dia antes de o ministro das Finanças, Jeremy Hunt, anunciar altas de impostos e cortes de gastos para controlar os preços.
Os preços ao consumidor subiram 11,1% nos 12 meses até outubro, o maior aumento desde outubro de 1981 e um grande salto ante a taxa de 10,1% em setembro, disse nesta quarta-feira o Escritório de Estatísticas Nacionais.
Economistas consultados pela Reuters haviam previsto que a inflação subiria para 10,7%.
A inflação teria subido para cerca de 13,8% em outubro se o governo não tivesse intervindo para limitar o preço das contas de energia doméstica a 2.500 libras (2.960 dólar) por ano em média, disse o escritório.
Em resposta aos dados, Hunt - que deverá esboçar um novo orçamento na quinta-feira - disse que é preciso tomar decisões "difíceis, mas necessárias" para enfrentar o aumento dos preços.
"É nosso dever ajudar o Banco da Inglaterra em sua missão de fazer a inflação voltar ao alvo, agindo responsavelmente com as finanças da nação", disse ele em um comunicado.
Analistas disseram que o salto mantém a pressão sobre o banco central para continuar a aumentar a taxa de juros.
"Estes números se situam desconfortavelmente ao lado da mensagem enviada pelo Banco da Inglaterra ... quando ele argumentou que apenas taxas de juros modestamente mais altas seriam necessárias para levar a inflação de volta para sua meta de 2%", disse Mike Bell, estrategista de mercado global do J.P. Morgan Asset Management. "Não estamos tão convencidos."
As pressões inflacionárias do apertado mercado de trabalho britânico foram subestimadas e os trabalhadores provavelmente pediriam mais salários para compensar a inflação, disse Bell, prevendo que o Banco da Inglaterra aumentará a taxa para um pico de 4,5%, contra 3,0% agora.