Por Camila Moreira
SÃO PAULO (Reuters) - A atividade econômica do Brasil cresceu em novembro pelo sétimo mês seguido, indicando um final de ano com força, embora o ritmo de recuperação da crise provocada pela Covid-19 tenha desacelerado, mostraram dados do Banco Central nesta segunda-feira.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), subiu 0,59% em novembro na comparação com o mês anterior, de acordo com dado dessazonalizado.
A leitura de novembro ficou acima da expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,50% no mês.
Embora o IBC-Br venha mostrando recuperação desde o fundo do poço atingido em abril por causa das medidas de contenção do coronavírus, a expansão da atividade vem mostrando contínua perda de força. Em outubro, o índice cresceu 0,75%, em dado revisado pelo BC de uma alta de 0,86% informada anteriormente.
Na comparação com novembro de 2019, o IBC-Br registrou queda de 0,83% e, no acumulado em 12 meses, teve recuo de 4,15%, segundo números observados.
Embora o relaxamento das restrições tenda a ajudar a economia, bem como o auxílio do governo vigente até o fim do ano passado, existem temores tanto de que novos lockdowns rigorosos sejam adotados quanto em relação ao desemprego em níveis recordes no país.
O setor de serviços vem apresentando as maiores dificuldades de recuperação, já que depende amplamente do contato social. Em novembro, o segmento cresceu 2,6% sobre o mês anterior, mas caminhou para o final de 2020 ainda sem conseguir retornar aos níveis pré-pandemia.
Já a produção industrial chegou ao sétimo mês de crescimento ao subir 1,2% sobre outubro, enquanto as vendas no varejo tiveram queda inesperada de 0,1%, mas permanecem 7,3% acima do patamar pré-pandemia.
Para 2021, o foco se volta para a vacinação da população, mas também para a situação fiscal do Brasil e para as esperadas reformas.
Depois de muito vaivém e disputas políticas, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que a vacinação nacional contra a Covid-19 começará às 17h desta segunda-feira em todos os Estados após a distribuição de doses da CoronaVac, vacina do laboratório chinês Sinovac.
Na véspera, a vacinação começou no Brasil com os profissionais de saúde do Hospital das Clínicas, em São Paulo, com a presença do governador paulista, João Doria (PSDB), desafeto político de Bolsonaro e provável adversário dele nas eleições presidenciais de 2022.
A pesquisa Focus do BC divulgada nesta segunda-feira mostra que o mercado espera crescimento de 3,45% do PIB em 2021, depois de contração de 4,35% em 2020.