Governo está contendo aumento da despesa e combatendo gasto tributário, afirma Haddad

Publicado 17.01.2025, 13:51
© Reuters Governo está contendo aumento da despesa e combatendo gasto tributário, afirma Haddad
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira, 17, que a estratégia da pasta para endereçar a trajetória da dívida pública será continuar "perseverando" em dois caminhos: contenção de despesas e combate de gastos tributários. "Eu sei que incomoda quando eu falo, mas sou obrigado a falar: se medidas não tivessem sido devolvidas teríamos superávit no ano passado, o primeiro estrutural em mais de dez anos", comentou, em entrevista à CNN Brasil.

Ele disse que o Congresso ajudou o governo a melhorar as contas públicas, mas fez a ressalva de que o resultado poderia ter sido melhor se mais medidas tivessem sido aprovadas para acabar com alguns privilégios.

O ministro disse ter alertado empresários que, se não voltassem a pagar os impostos devidos, eles acabariam arcando com mais juros. "E foi o que aconteceu."

Na entrevista à CNN Brasil, ele voltou a criticar decisões tomadas pelo governo Bolsonaro. Ao ser questionado sobre eventuais novas medidas para contenção de gastos, respondeu que o trabalho da pasta é "diário", e que entre as tarefas está "arrumar a bagunça" herdada e melhorar o ambiente de negócios.

Preocupações com a dívida pública

O ministro da Fazenda afirmou estar preocupado com a trajetória da dívida pública no Brasil, mas ponderou, por outro lado, que as projeções feitas de crescimento do País nem sempre se concretizam.

"Eu também estou preocupado. Nós temos que ter preocupação com a trajetória da dívida. Isso é uma preocupação do Ministério da Fazenda. Agora, eu tenho que fazer também algumas considerações sobre as projeções que são feitas e nem sempre se verificam", disse ele, ao emendar que o Rio Grande do Sul está se recuperando das tragédias das chuvas registradas no ano passado graças à ajuda do governo federal.

Ele comentou ainda que o governo fez um pacto federativo, mas nem sempre reconhecido por razões políticas. "Fizemos um pacto federativo, nem sempre, vamos dizer assim, reconhecido por razões políticas, que eu entendo. Tem pessoas que são mais da direita, mais de centro. Natural a disputa política. Não era assim no passado", disse.

Ações

O ministro da Fazenda afirmou ainda que o governo pode administrar melhor o contingenciamento nas contas públicas ao longo deste ano com o intuito de melhorar o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) e controlar a inflação. "Nós temos um dispositivo agora na legislação que nos permite uma execução orçamentária mais inteligente. Nós podemos administrar melhor o contingenciamento da execução com vistas a melhorar o desempenho da economia do ponto de vista da inflação. Você tem de cuidar da inflação", disse.

Haddad avaliou ainda que as medidas de controle de despesas aprovadas no ano passado pelo Congresso já permitem uma contenção bastante razoável nas contas públicas este ano. O papel, agora, é adequar o orçamento de 2025 a essas propostas. "Eles (parlamentares) aprovaram uma emenda constitucional, uma lei complementar e dois projetos de lei. Precisa adequar o orçamento a isso", disse.

O ministro citou ainda que deve haver cuidados com fatores estruturais e sazonais para controle da inflação no País. "Quando você tem seca ou enchente, perde produção, você vai ter um aumento de preço em função disso. Quando você tem uma mudança da política monetária americana, o dólar se valoriza, você também vai ter um efeito que independe da sua vontade. Tudo somado, você tem de sentar e verificar o que é permanente, o que é sazonal, o que é estrutural e fazer, tomar as medidas para evitar um descompasso", comentou.

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