WASHINGTON (Reuters) - Os gastos dos consumidores dos Estados Unidos aumentaram em novembro, ressaltando a força duradoura da economia, o que levou o Federal Reserve a projetar menos cortes nas taxas de juros em 2025 do que há três meses.
Os gastos dos consumidores, que respondem por mais de dois terços da atividade econômica dos EUA, aumentaram 0,4% no mês passado, após um ganho revisado para baixo de 0,3% em outubro, informou o Departamento de Comércio nesta sexta-feira.
Economistas consultados pela Reuters previam que os gastos do consumidor avançariam 0,5%, depois de um aumento de 0,4% relatado anteriormente em outubro.
Os gastos robustos dos consumidores ajudaram a impulsionar a economia para uma taxa de crescimento anualizada de 3,1% no terceiro trimestre, após um ritmo de expansão de 3,0% no trimestre de abril a junho.
Economistas esperam apenas uma modesta desaceleração nos gastos do consumidor neste trimestre, depois que eles aumentaram a um ritmo de 3,7% de julho a setembro, o ritmo mais rápido em um ano e meio.
O Federal Reserve de Atlanta está prevendo atualmente que o Produto Interno Bruto aumentará a uma taxa de 3,2% no quarto trimestre. Na quarta-feira, o chair do Fed, Jerome Powell, descreveu a economia como tendo "sido simplesmente notável", acrescentando: "Estou muito satisfeito com (...) o desempenho da economia e queremos manter isso".
Na quarta-feira, o banco central dos EUA reduziu sua taxa de juros de referência em 25 pontos-base, para a faixa de 4,25% a 4,50%. Ele previu apenas duas reduções em 2025, em um sinal de que a economia continua resistente e a inflação ainda alta.
Em setembro, as autoridades do Fed haviam previsto quatro cortes de 25 pontos na taxa de juros no próximo ano. A trajetória mais lenta de corte de juros nas últimas projeções também refletiu a incerteza sobre as políticas do novo governo do presidente eleito Donald Trump, incluindo tarifas sobre produtos importados, cortes de impostos e deportações em massa de imigrantes sem documentos, que os economistas alertaram que seriam inflacionárias.
A resistência do mercado de trabalho, marcada por baixas demissões e forte crescimento salarial, está sustentando os gastos dos consumidores.
A inflação mensal diminuiu em novembro, depois de mostrar pouca melhora nos últimos meses. O índice de preços PCE aumentou 0,1% no mês passado, após um avanço não revisado de 0,2% em outubro
No período de 12 meses até novembro, o índice de preços PCE avançou 2,4%, após alta de 2,3% em outubro. O aumento na taxa de inflação anual deveu-se em parte ao fato de as leituras baixas do ano passado terem sido excluídas do cálculo.
Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o PCE subiu 0,1%, após avanço não revisado de 0,3% em outubro. Nos 12 meses até novembro, o chamado núcleo da inflação aumentou 2,8%, depois de avançar pela mesma margem em outubro.
O Fed acompanha as medidas de preço do PCE para sua meta de inflação de 2%. Ele aumentou sua taxa de juros em 5,25 pontos percentuais entre março de 2022 e julho de 2023.
(Reportagem de Lucia Mutikani)