Por Leandro Manzoni
Investing.com - A criação da bandeira de escassez hídrica na semana passada (1 de setembro) pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) impulsionou a expectativa de inflação para 2021, segundo o Boletim Focus desta segunda-feira. A deterioração das estimativas inflacionárias levará a uma ação contracionista na política monetária pelo Banco Central, segundo economistas do mercado ouvidos no Boletim ao apontar uma nova alta da projeção da taxa Selic neste e no próximo ano.
Confira abaixo as expectativas para IPCA, PIB, Selic e dólar.
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Inflação
Os economistas consultados pela autoridade monetária elevaram as estimativas para o IPCA neste ano de 7,27% para 7,58%, enquanto há 4 semanas estavam em 6,88%. O salta de mais de 0,3 ponto percentual é em consequência da nova bandeira tarifária na energia elétrica, impactada pela escassez de chuvas nas usinas hidrelétricas. Agora, o consumidor passará a pagar R$ 14,20 extras a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.
Desta forma, a elevação das estimativas do IPCA em 2021 foi a 22ª semana consecutiva. A estimativa continua acima tanto da meta de 3,75% como do limite superior de 5,25%.
Em relação ao IPCA de 2022, a deterioração da perspectiva inflacionária prossegue, com as estimativas elevadas de 3,95% para 3,98%, enquanto para 2023 ficaram em 3,25%.
PIB
Os economistas rebaixaram as estimativas para a alta do PIB no fim do ano pela quarta semana consecutiva, com avanço projetado de 5,22% para 5,15%, enquanto há quatro semanas estava em 5,3%.
Para 2022, a estimativa de também caiu, de 2% para 1,93%, assim como para 2023, cuja projeção foi de 2,5% para 2,35%. Em 2024, a estimativa permanece em 2,5%.
A menor perspectiva de crescimento ocorre após a divulgação do PIB do 2º trimestre semana passada pelo IBGE. A economia brasileira retraiu 0,1% em relação aos três primeiros meses do ano.
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Selic
A deterioração inflacionária levou os economistas a elevar a projeção da taxa Selic de 7,50% para 7,63% no fim deste ano, contra 7,25% há quatro semanas.
Para 2022, a projeção subiu também, com o consenso indo de 7,5% para 7,75%, com manutenção da estimativa de 6,50% para 2023 e 2024.
Dólar
Em relação ao dólar, as apostas subiram de R$ 5,15 para R$ 5,17, segunda semana seguida de alta. Há quatro semanas, a estimativa estava em R$ 5,10. Para 2022, as estimativas se mantiveram em R$ 5,20 pela 12ª semana consecutiva, mas com aumento da projeção para 2023 e 2024, para R$ 5,07 e R$ 5,05, respectivamente.