Por Lucia Mutikani
WASHINGTON (Reuters) - A criação de vagas de trabalho nos Estados Unidos provavelmente acelerou em agosto, com a taxa de desemprego caindo para 4,2%, o que ofereceria mais garantias de que uma desaceleração ordenada do mercado de trabalho permaneceu intacta e consolidaria as expectativas de um corte de 25 pontos-base na taxa de juros pelo Federal Reserve neste mês.
O relatório de emprego do Departamento do Trabalho, que será divulgado nesta sexta-feira, junto com os sólidos gastos do consumidor devem dissipar os temores do mercado financeiro de uma recessão, que foram alimentados por um aumento na taxa de desemprego para um recorde de quase três anos de 4,3% em julho. O quarto aumento mensal consecutivo na taxa de desemprego colocou na mesa um corte de 50 pontos-base nos juros.
"A economia está passando por uma transição; ela está lentamente se curvando sob o peso da taxa de juros alta", disse Brian Bethune, professor de economia do Boston College. "Há evidências suficientes para sustentar uma sequência de cortes de 25 pontos-base até o momento, mas não 50 pontos de forma precipitada."
A economia dos EUA deve ter criado 160.000 vagas de emprego no mês passado, de acordo com uma pesquisa da Reuters com economistas. Em julho foram abertos 114.000 postos, o segundo menor valor deste ano. As estimativas variaram de 100.000 a 245.000 empregos em agosto.
A desaceleração do mercado de trabalho reflete principalmente uma redução nas contratações, e não demissões, que permanecem em níveis historicamente baixos.
Um aumento na imigração, que é parcialmente responsabilizado pelo salto na taxa de desemprego de uma mínima de cinco décadas de 3,4% em abril de 2023, agora significa que a economia precisa criar entre 175.000 e 200.000 empregos por mês para acompanhar o crescimento da população em idade ativa.
Espera-se uma recuperação modesta do emprego nos setores que foram prejudicados pelo furacão Beryl em julho.
Embora o Departamento do Trabalho, que compila o relatório de emprego, tenha dito que o Beryl não teve "nenhum efeito perceptível" sobre os dados, 436.000 pessoas informaram que não puderam comparecer ao trabalho devido ao mau tempo, o maior número já registrado para julho. Economistas argumentaram que a declaração do departamento se referia à coleta de dados.