Por Leika Kihara
TÓQUIO (Reuters) - O Banco do Japão disse que a ampliação dos aumentos salariais está sustentando o consumo e estimulando mais empresas a repassar o aumento dos custos de mão de obra, sinalizando que a economia está progredindo no sentido de cumprir o pré-requisito para mais altas da taxa de juros.
Mas o banco central japonês advertiu que algumas empresas de pequeno e médio porte estão tendo dificuldades para obter lucros suficientes para elevar os salários, o que "exige vigilância".
"Os aumentos salariais deste ano estão ajudando a impulsionar o consumo, com algumas empresas apontando para o efeito dos gastos sólidos da geração mais jovem, que desfrutou de aumentos salariais razoavelmente grandes", disse o Banco do Japão nesta segunda-feira em um relatório trimestral sobre as economias regionais.
O relatório estará entre os fatores que o banco central examinará em sua próxima reunião de política monetária em 30 e 31 de outubro, quando a diretoria também realizará uma revisão trimestral de suas perspectivas de crescimento.
A maioria dos economistas entrevistados pela Reuters de 4 a 12 de setembro espera que o Banco do Japão aumente novamente os juros até o final do ano.
No relatório, o banco central japonês revisou para cima sua avaliação de duas das nove áreas regionais do Japão e deixou intacta a visão das demais regiões, afirmando que elas estão se recuperando de forma moderada.
O Banco do Japão abandonou os juros negativas em março e elevou a taxa de curto prazo para 0,25% em julho, com a visão de que o Japão está no caminho certo para atingir de forma duradoura a meta de inflação de 2%.
O presidente do banco central, Kazuo Ueda, tem sinalizado que está pronto para elevar ainda mais os juros se os aumentos salariais sustentarem o consumo e permitirem que as empresas continuem subindo os preços não apenas dos produtos, mas também dos serviços.
"É provável que um número cada vez maior de empresas veja a necessidade de continuar aumentando os salários" nas negociações salariais anuais do próximo ano, devido à escassez de mão de obra, embora algumas empresas se queixem de lucros fracos que dificultam o aumento dos salários, disse o relatório.