Os ETF's de criptomoedas, lançados no mercado em 2021, estão entre as piores estreias da história em termos de desempenho. De acordo com dados da Morningstar Direct, acessados pelo Financial Times, os ETFs de cripto representam cinco das sete piores estreias da indústria de ETFs. Os fundos estão relacionados tanto aos ativos digitais em si quanto à tecnologia blockchain e empresas expostas a cripto.
Os resultados não consideram o desempenho de fundos alavancados e inversos, que não são projetados para serem mantidos a longo prazo.
ETFs de cripto fracassam em estreia
Segundo a reportagem, o ETF ProShares Bitcoin Strategy (BITO) – o primeiro do tipo a ser lançado, em outubro do ano passado – fez os seus investidores perderem US$ 1,2 bilhão (R$ 6,4 bilhões). Em termos percentuais, isso equivale a uma desvalorização de 70% em um período de um ano.
Mas o BITO não foi o que se saiu pior. Afinal, o ETF Melanion BTC Equities Universe Ucits, listado na França, que investe em empresas cripto, como Marathon Digital Holdings, Riot Blockchain e MicroStrategy (NASDAQ:MSTR), recuou 76,9% em 12 meses, após seu lançamento também em outubro.
Outro ETF a ter um desempenho igualmente ruim foi o Global X Blockchain ETF, listado nos EUA. Desde sua estreia, o fundo caiu 76,7%.
Por fim, os outros dois ETF com que desvalorizaram mais de 70% desde sua estreia foram o Invesco Alerian Galaxy Crypto Economy ETF (SATO), que despencou 73,7%, e o First Trust SkyBridge Crypto Industry and Digital Economy ETF (CRPT), com 69,4% de desvalorização.
Desempenhos fracos de ETFs de cripto
Naturalmente, esses desempenhos pífios têm relação com os preços das criptomoedas. Desde outubro de 2021, o preço do Bitcoin (BTC), por exemplo, recuou cerca de 67%.
“As empresas conectadas ao amplo ecossistema enfrentaram desafios, pois o preço do Bitcoin caiu drasticamente e a demanda pela tecnologia não cresceu tão rápido quanto o esperado pelos investidores. Eles estão sendo punidos tanto ou até mais do que os próprios produtos baseados em futuros de Bitcoin”, disse ao FT Todd Rosenbluth, chefe de pesquisa da consultoria VettaFi..
Mas nem todas as notícias são ruins. Apesar de um primeiro ano de fracasso, não é improvável que esses ETFs de cripto se recuperem. Em 2000/2001, o ETF SPDR Portfolio S&P 500 Growth (SPYG) caiu 53,8% em seu primeiro ano de negociação. Mas desde então se recuperou para se tornar um fundo de US$ 12,2 bilhões.
“As pessoas com quem converso que investem em Bitcoin ainda são otimistas porque os casos de uso em potencial não mudaram”, disse Kenneth Lamont, analista sênior de fundos para estratégias passivas da Morningstar. “Muitos dos envolvidos na indústria acabaram de se reunir para a próxima corrida de touros. Se isso chegará ou não, quem sabe, mas se houver um caso de investimento para Bitcoin, talvez haja um equilíbrio.”