Investing.com - O crescente interesse em criptomoedas nos últimos anos ainda ocorre por poucos investidores proporcionalmente ante o número total de investidores em outros ativos, como ações e títulos de renda fixa. Por isso, os novos investidores neste mercado desconsideram a diferenciação existente entre as diferentes classes de ativos digitais.
“Eles realmente não percebem que há diferenças entre bitcoin e o ethereum, que não se pode torná-los equivalentes”, afirmou Jay Jacobs, chefe de investimentos temáticos da Black Rock durante o evento Digital Conference Assets, realizado em 3 de outubro em São Paulo pela MB (ex-Mercado Bitcoin). A fala de Jacobs ocorreu quando ele abordava o início do interesse da BlackRock (NYSE:BLK) em ativos digitais há 5 anos, que culminou no lançamento do ETF de bitcoin à vista no início deste ano e do ETF de ethereum à vista em julho. “Acabamos de começar a tornar o acesso a esses ativos mais acessíveis para mais investidores”, disse o gestor.
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Para que esses ETFs recebam o interesse e o investimento de novos investidores, Jacobs apresentou a visão da gestora em relação às diferenças entre bitcoin e ethereum e como elas são apresentadas aos clientes. “Abordamos que o bitcoin é um sistema monetário global alternativo”, avaliou Jacobs, apontando que a maior criptomoeda do mercado se posiciona como uma alternativa às moedas fiduciárias - como dólar, euro, real -, o ouro, às ações e aos títulos de renda fixa.
Os benefícios do investidor ao se posicionar em bitcoin, na visão da BlackRock, é para proteger o patrimônio dos crescentes riscos geopolíticos e da inflação, além de facilidade e rapidez nas transações monetárias transfronteiriças. Jacobs reforçou que o bitcoin é uma ótima alternativa para diversificação de carteira, com baixa correlação com os ativos tradicionais como ações e títulos de renda fixa, além de ter um bom retorno de longo prazo se ficar três anos ou mais no portfólio. Porém, ressaltou que o bitcoin é um ativo de risco, com alta volatilidade e quedas bruscas, recomendando investidores com perfil conservador que não toleram variações negativas fortes a não investirem na criptomoeda.
“Já o uso do Ethereum é diferente”, disse Jacobs, que vê um posicionamento na segunda maior criptomoeda do mercado como uma aposta na crescente adoção da tecnologia blockchain na economia. “Ethereum se beneficiaria do maior uso de stablecoins, de NFTs e da maior adoção da tokenização”, completou o gestor, que enfatizou o Ethereum como um investimento de longo-prazo em tecnologia, com características semelhante às ações de crescimento.