Não faz muito tempo que o grande debate nos mercados era sobre se haveria um novo superciclo das commodities. Mas analistas do UBS agora sinalizaram o oposto, rebaixando a ação da gigante da mineração Rio Tinto (LON:RIO) (SA:RIOT34) de neutro para venda, sob a justificativa de que o preço minério de ferro está se aproximando de um ponto de inflexão.
As cotações subiram de US$ 80 a tonelada em 2019 para cerca de US$ 220, mas analistas liderados por Myles Allsop projetam que elas podem cair até 50%. Problemas de oferta no Brasil, primeiro causados pelo desastre da barragem de Brumadinho (MG) e depois exacerbados pela pandemia de covid-19, estão sendo revertidos, de acordo com os especialistas do banco suíço.
Além disso, a China atua para conter a valorização das commodities, incluindo o aço, vendendo reservas domésticas e pressionando agentes do setor a não elevarem os preços. Os analistas apontam ainda que os estoques de minério de ferro no país asiático estão em alta.
De acordo com a análise, à longo prazo, a capacidade latente das principais empresas do setor, incluindo Vale (SA:VALE3), Rio Tinto e BHP (NYSE:BHP), aumentará ainda mais a oferta. A China também está propondo maior uso de sucata de aço e a construção de uma rodovia na Guiné deve tornar o país africano um exportador de minério de ferro até o fim da década.